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Notícias / Ciência & Saúde

Estado poderá usar fumacê para combater dengue em Cuiabá

Da Redação/Alline Marques

O governo do Estado não descarta a possibilidade de usar veículos fumacê em Cuiabá para combater a proliferação do mosquito da dengue. A situação é preocupante na Grande Cuiabá, e em Várzea Grande técnicos da Vigilância Sanitária já autorizaram o uso do veneno nas ruas da cidade.

No entanto, a Capital tem um impasse: o governo municipal. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Agostinho Moro, existe certa resistência por parte do Município, que atua como gestor pleno da Saúde Pública e Vigilância.

Moro informou também que aguardará até a manhã desta terça-feira (14) para que a Secretaria Municipal de Saúde se manifeste sobre o uso de fumacê e adianta, que mesmo o município sendo contrário, se o Estado tiver o aval do Ministério da Saúde, o fumacê será utilizado em alguns bairros, em que já foi constatada a necessidade do veículo.

“Porque as decisões têm que ser tomadas de forma tripartite, e se constatar que haja necessidade do fumacê, mesmo o município não concordando, tendo o respaldo do Ministério da Saúde, o Estado estará preparado para poder atuar nessa questão do fumacê”, afirmou Moro.

O secretário explica que atualmente tem sido utilizado a bomba costal, que segundo ele é mais eficaz no combate à dengue, já que atinge o foco, enquanto o fumacê chega somente na frente das residências.

“O fumacê é recomendado quando há uma infestação muito alta do município, porém em Cuiabá já existem alguns bairros que indicam essa necessidade. (...) A intenção é fazer com que o foco seja atingido e com a bomba isso é mais eficaz através dos trabalhos de técnicos e agentes de saúde”, informou

Outra questão que impede a utilização do fumacê são as chuvas. Segundo ele, é preciso ocorrer uma redução nas chuvas para utilizar o veículo fumacê.

O Estado também se comprometeu no pagamento dos plantões médicos para que os profissionais da saúde possam ficar de forma exclusiva para o atendimento de casos de dengue. Outra ação é a capacitação de médicos e enfermeiros e técnicos de enfermagem, não só da área pública, mas da área privada, no tratamento contra a doença.

Moro destacou ainda que Várzea Grande recebeu um suporte maior do Estado, pois houve uma manifestação adiantada. O município recebeu R$ 100 mil para atuar na questão da limpeza, que vem ocorre desde semana passada.

O secretário-chefe da Casa Civil, major Eumar Novacki, também enfatizou a dificuldade de diálogo com o município de Cuiabá. “Desde o primeiro momento o governo do Estado está a disposição para atuar em conjunto com o município, mas tínhamos uma certa resistência da Secretaria Municipal de Saúde que acreditava estar com a situação sobre controle”, enfatizou.

No entanto, Novacki informou que já entrou em contato com o prefeito Wilson Santos, e assim que o chefe do executivo retornar de São Paulo, deverá se reunir com ele para que discutam novas estratégias de combate à dengue.

Além de Cuiabá e Várzea Grande, onde a situação é preocupante, as cidades de Cáceres e Tangará da Serra estão em Estado de alerta, segundo informou o secretário de Saúde.

Dados

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde, até o momento foram detectados 299 casos graves de dengue, sendo 95 em Cuiabá e 118 em Várzea Grande. Oito mortes foram confirmadas, sendo três na Capital.

Porém, a própria Secretaria Municipal de Saúde chegou a informar, neste fim de semana, que um homem teria morrido com dengue hemorrágica, mas em seguida desmentiu o fato, e irá aguardar o resultados dos exames.
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