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Mensalão: advogados minimizam importância e atraso de julgamento

De Brasília - Catarine Piccioni

O advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), afirmou nesta sexta-feira (3) que o julgamento do mensalão não é o mais importante da história do país. Para ele, talvez seja o mais importante do início do século 21. Na avaliação dele, o mais nevrálgico da história da República foi o processo contra o então presidente Fernando Collor de Mello (PTB), que sofreu impeachment em consequência de uma série de escândalos e suspeitas de corrupção e atualmente exerce mandato de senador.

Antes do início da segunda sessão, Alberto Toron disse ainda esperar que o Supremo Tribunal Federal julgue a ação penal 470 com serenidade, sem agressões pessoais, e que cumpra a função de fazer justiça e não de ser justiceiro. Pontuou que o objetivo do processo é produzir provas e não a condenação dos réus.

Acompanhe minuto a minuto o segundo dia do julgamento no Olhar Jurídico.

O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), afirmou há pouco – também  antes do início do segundo dia de sessão -- que o atraso gerado ontem por conta de uma questão de ordem não vai afetar o andamento do julgamento. Segundo ele, "um dia não faz diferença". A sustentação oral do Ministério Público Federal (MPF) estava prevista para ontem.

Malheiros avaliou que a sustentação oral que está sendo feita pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deve ser similar ao memorial entregue aos ministros dias antes do início do julgamento. Afirmou que não costuma fazer "prognósticos", portanto, não comentou sua expectativa em relação ao resultado do julgamento. Em relação ao bate-boca entre os ministros do Supremo na sessão de ontem, avaliou que é algo "contornável".

Lula

O advogado do ex-deputado Roberto Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, reafirmou hoje, ao chegar ao STF, que vai tentar incluir o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva como réu no processo. "O jogo hoje é apenas do centroavante", disse Luiz Francisco Barbosa, em referência à sustentação oral do MPF. E, segundo ele, a Procuradoria "é ruim de bola" e "não joga nada".

Barbosa ressaltou ainda que Lula não só sabia como também ordenou os atos do esquema do mensalão, afinal, os envolvidos, incluindo o ministro José Dirceu, seriam empregados do Planalto (chefiado por Lula), que precisava de projetos de lei aprovados pelo Congresso. "Já era para ele (Lula) ter sido incluído na denúncia", reforçou Barbosa.

"O procurador Roberto Gurgel é um zagueiro de Lula. E se tivermos que dar caneladas, vamos dar", disse Barbosa. O advogado informou que Jefferson, diagnosticado com câncer, deverá receber alta no domingo, mas ele não deverá aparecer nas sessões do julgamento.
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