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Governador e Wellington Fagundes escapam da CPMI do Cachoeira

De Brasília - Catarine Piccioni

Integrantes da base governista no Congresso Nacional decidiram concluir até o final deste ano as atividades da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira – o requerimento que prevê a prorrogação por 48 dias deve ser lido em sessão nesta quinta-feira (1°). Com esse encaminhamento, o pedido para convocação do peemedebista Silval Barbosa (governador de Mato Grosso) não vai ser apreciado.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) pretendia apresentar requerimento para que o deputado federal Wellington Fagundes (PR-MT) também fosse convocado para prestar esclarecimentos. Em conversa recente com a reportagem do Olhar Direto, Rodrigues disse que não chegou a protocolar o pedido porque se deparou com a necessidade de conseguir prorrogar a CPMI por mais tempo. Isto é, o requerimento envolvendo o parlamentar mato-grossense dependia da continuidade das atividades da comissão.

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A prorrogação por apenas 48 dias é defendida pelo relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), e pela base aliada do governo federal. Oposicionistas e parlamentares considerados independentes não conseguiram o número mínimo de assinaturas para aprovação da outra proposta: mais 180 dias.

O pedido para convocação do governador está em uma lista de mais de 500 requerimentos, os quais já foram engavetados a partir da decisão de estender oficialmente a CPMI apenas até o início do recesso parlamentar, no dia 22 de dezembro. Os 48 dias de prorrogação servirão apenas para que Odair Cunha apresente o relatório final com as conclusões das investigações, que se arrastam desde maio. 

Os indícios

No requerimento 490/ 12, o deputado Filipe Pereira (PSC-RJ) argumentou que o governo mato-grossense mantém contratos com a empresa Delta, ligada ao contraventor Carlos Cachoeira, e mencionou escutas da Polícia Federal em que o empresário demonstrava interesse em assumir a loteria estadual.

Em relação a Fagundes, Randolfe Rodrigues passou a declarar que pretendia convocá-lo a partir do depoimento prestado por Luiz Antonio Pagot (ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes) em 28 de agosto. De acordo com Pagot, Fagundes atuava de forma zelosa em relação às obras do estado e também às conduzidas pela construtora Delta (empresa ligada à Cachoeira).

Pedidos para quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de Pagot e para a realização de acareações entre Pagot e Cachoeira e entre Pagot e Fernando Cavendish (presidente da Delta Construções) também estavam na lista. Esses requerimentos se basearam em declarações de Pagot sobre obtenção de recursos junto a empreteiras para campanha eleitoral e em pagamentos efetuados pelo Dnit à Delta.

Promessa 

Os parlamentares descontentes com o encerramento da CPMI neste ano prometem apresentar ao Ministério Público Federal uma representação com indícios que não chegaram a ser investigados pela comissão. A CPMI do Cachoeira foi instalada no Congresso para investigar as relações do empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados. O encerramento dos trabalhos da comissão estava previsto para o dia 4 de novembro.


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