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Sondas europeias voltarão à Terra com dados de Big Bang, Marte e clima

AFP

Sondas europeias devem voltar à Terra este ano com um "tesouro" de dados sobre o Big Bang, água em Marte e mudanças climáticas, afirmou na quinta-feira (24) o diretor da Agência Espacial Europeia (ESA), Jean-Jacques Dordain.

"O ano de 2013 renderá frutos extraordinários (de conhecimento sobre o espaço)", antecipou Dordain em entrevista coletiva.

No dia 22 de fevereiro, os cientistas devem trazer de volta a missão Umidade dos Solos e Salinidade dos Oceanos (SMOS), por meio da qual um satélite lançado em 2009 tem mapeado a superfície e os oceanos da Terra em busca de alterações vinculadas às mudanças climáticas.

Em 21 de março, astrofísicos devem divulgar o primeiro mapa completo do céu do Fundo Cósmico de Micro-ondas (CMB), corrente antiga de radiação que data da criação do Universo, há 13,7 bilhões de anos. O mapa foi gerado pela sonda Planck, lançada em maio de 2009.

Em junho, segundo Dordain, especialistas da ESA pretendem liberar um "mapa mineralógico" completo de Marte, montado a partir de dados de sensoreamento remoto, fornecido pela sonda Mars Express, que este ano marca seu 10º aniversário de operações.

Com indícios de existência de água no passado, o mapa ajudará a selecionar os locais para uma ambiciosa missão científica russo-europeia, a ExoMars, que envolve um orbitador que será lançado em 2016 e um veículo-robô, em 2018.

Em 29 de dezembro, a Mars Express fará seu sobrevoo mais próximo da lua marciana Fobos, passando a menos de 50 km de sua superfície.

Além disso, ainda este ano o observatório europeu Herschel, lançado em 2009, deve fornecer um mapa completo da superfície da Via Láctea, possibilitando que os astrônomos saibam onde as estrelas estão surgindo na nossa galáxia.

Para o segundo semestre de 2013, também está previsto o lançamento do telescópio de astrometria espacial Gaia, que vai examinar 1 bilhão de estrelas para produzir o maior mapa tridimensional da Via Láctea já feito até agora.

A ESA anunciou, ainda, que prosseguirá com o lançamento previsto dos primeiros satélites operacionais do programa Galileu, concorrente europeu do americano Sistema de Posicionamento Global (GPS) de navegação por satélite.

No segundo semestre, quatro satélites serão lançados em pares por dois foguetes Soyuz, da base da ESA em Kourou, na Guiana Francesa. Outros quatro satélites de teste já estão em órbita. Ao todo, o sistema Galileu deverá ter 27 satélites e três reservas.

O orçamento da ESA para 2013 é de US$ 5,6 bilhões (R$ 11,3 bilhões), uma alta de 6% em relação ao ano passado, disse Dordain.
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