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Notícias / Cidades

Quatro crianças indígenas morrem em Marãiwatsédé; suspeita é de água contaminada com agrotóxico

De Barra do Garças - Ronaldo Couto

A morte de mais quatro crianças xavantes na reserva Marãiwatsédé, a antiga gleba Suiá-Missú, em Alto Boa Vista, supostamente por causa da ingestão de água contaminada pelo uso de agrotóxicos na região despertou a preocupação de segmentos da sociedade do Araguaia. Em Barra do Garças, um manifesto será realizado para alertar o governo brasileiro sobre aumento da mortalidade infantil entre os índios. 

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Uma reunião para tratar sobre o assunto foi realizada na tarde de quarta-feira (27) no campus da Universidade Federal de Mato Grosso, de Barra do Garças. O manifesto denominado ‘Somos todos Marãiwatsédé’ tem a participação de estudantes, professores, indigenistas e ambientalistas.

As últimas mortes ocorreram após a desintrução da reserva xavante que estava em poder dos agricultores. As crianças vitimadas, são todas netas do cacique Damião Paridzané, e apresentavam quadro agudo de desidratação, em função da diarreia e vômito. A última a falecer, no domingo, 24, uma menina de um ano, teve por quase um mês diarreia com sangue, vômito e febre.

Existe a suspeita que fazendeiros estão usando agrotóxicos próximo aos córregos e rios das aldeias e os índios estão sendo penalizados por causa disso. A intenção é que o protesto ganhe logo as ruas e seja ouvido pelas autoridades em Brasília.

A região do Vale do Araguaia tem quatro reservas xavantes com aproximadamente doze mil índios. Além do poluição, os índios reclamam da falta de médicos e remédios e a dificuldade para conseguir transporte para tirar os índios doentes das aldeias.

No início do mês, as índias xavantes fizeram um protesto no Dia Internacional da Mulher onde denunciam a falta de saúde preventiva para elas e morte de índias por falta de pré-natal durante a gravidez.
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