Do Enviado Especial ao Terminal da América Latina Logística em Rondonópolis - Ronaldo Pacheco
“Enquanto este velho trem atravessa o pantanal...
As estrelas do cruzeiro fazem um sinal...
De que este é o melhor caminho...
Pra quem é como eu, mais um fugitivo da guerra...”
O trecho da canção pantaneira, escrita por Almir Sater há décadas, vale para os dias de hoje como forma de justificar o entusiasmo dos que defendem que o trem oriundo de Rondonópolis para as cargas diversas, ao chegar em Cuiabá, por volta de 2018, também deve transportar passageiros. E carregar gente será um dos desafios da Ferrovia Senador Vicente Vuolo, no trecho entre Rondonópolis e Cuiabá, margeando o Pantanal de Mato Grosso, em poucos anos.
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“Sem dúvida, daria um charme especial para a ferrovia e, ainda por cima, representaria um sensível incremento no Pantanal de Mato Grosso”, avalia o secretário Francisco Vuolo, extraordinário de Logística Intermodal de Transporte do Governo Silval Barbosa.
“Com certeza, seria uma questão pontual: talvez uma ou duas partidas diárias, destinada a acomodar aqueles passageiros que desejam curtir a viagem e se inebriar com a fantástica paisagem pantaneira”, argumentou Vuolo, para a reportagem do
Olhar Direto, durante visita técnica ao Terminal da América Latina Logística, em Rondonópolis.
Outro defensor do transporte de passageiros é o deputado federal Wellington Fagundes (PR), que participou da reengenharia que permitiu à América Latina Logística (ALL) assumir o controle da antiga Ferronorte, concessionária original da Ferrovia Senador Vuolo. Ele participou de toda articulação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para evitar que os trilhos da Ferronorte ficassem ‘travados’ em Alto Araguaia.
“Certamente haverá todo um esforço da concessionária e das autoridades para viabilizar esse transporte de passageiros. Posso garantir que, em pouco tempo, vira moda e se torna viável”, emenda Fagundes, mesmo reconhecendo que o foco central da ferrovia é o transporte de cargas.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou neste ano o termo de cooperação técnica com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para a elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental de Rondonópolis até Cuiabá e, depois, até Santarém, no Sul do Pará. A expectativa é de que os estudos sejam concluídos no ano que vem e a licitação seja lançada ainda em 2014. (
Colaborou Jardel Arruda)