Imprimir

Notícias / Meio Ambiente

Dois acusados de participarem de grilagem de terra estão foragidos

De Brasília - Alline Marques

Duas pessoas ainda estão são procuradas pela Polícia Federal por fazerem parte do esquema de grilagem desbaratado na sexta-feira (3) com a Operação Pluma. Cinco dias depois, 16 pessoas permanecem presas, inclusive os seis policiais envolvidos no esquema. Eles estão sob a custódia da Polícia Militar conforme o procedimento padrão.

Um dos presos se apresentou espontaneamente na manhã de hoje na Superintendência da PF e já prestou depoimento. A assessoria da polícia informou que até o momento a instituição não foi informada da aceitação de nenhum pedido de habeas corpus.

Sobre quem seriam os foragidos, a assessoria explicou que por força de uma Instrução Normativa não é possível divulgar quaisquer nomes e/ou imagens de pessoas acusadas ou presas.

A Operação Pluma desbaratou um esquema de venda de terra ilegal no Vale do Araguaia. Gilberto Luiz Rezende foi apontado como o líder da quadrilha responsável também por crimes de pistolagem. De acordo com o inquérito da Polícia Federal, Gilbertão estimulava a invasão de terras da União, inclusive em reservas indígenas e privadas, por posseiros para depois expulsar os ocupantes, comprando a posse ou fazendo uso de violência física e moral.

Em seguida ele providenciava a emissão de títulos de domínio falsos para a comercialização dos lotes a médios e grandes fazendeiros e grupos empresariais. É justamente na expulsão desses posseiros, muitas vezes enganados pelo próprio líder da quadrilha, que os policiais militares atuam. A PF identificou a participação de seis PM’s no esquema. Muitas das vezes, coronéis utilizavam da estrutura da instituição para agir contra o patrimônio.

Além disso, os policiais, pagos para dar segurança à sociedade, instauravam um clima de medo e insegurança nas cidades do Vale do Araguaia, destacando-se Vila Rica, Santa Cruz do Xingu, Confresa, Porto Alegre do Norte, Ribeirão Cascalheira, Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia. Vale notar que também contribuíram para o fomento das atividades criminosas empresários, policiais militares, pistoleiros do Estado de Goiás e financiadores do Distrito Federal.

Os policiais também incentivavam a invasão com a finalidade de vender segurança aos proprietários das terras. Elas ainda são efetivadas para forçar o proprietário a vendê-las a preço pífio, sendo que, após desocuparem a área, revendem-nas a preço de mercado.

A PF utilizou da interceptação telefônica e de quebra de sigilos bancário e fiscal para comprovar as práticas criminosas executadas pelos acusados.
Imprimir