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Relatório do MPE não vai ser usado em investigação da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá

Da Redação - Ronaldo Pacheco

O presidente da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, vereador Toninho de Souza (PSD), revelou que a documentação do Centro de Apoio Operacional (Caop) do Ministério Público do Estado (MPE) não será utilizada na investigação do vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD). Ele confirmou o que o Olhar Direto já havia antecipado com exclusividade: o requerimento da ONG Moral se baseou somente no vídeo em que João Emanuel aparece negociando com uma suposta fraude em licitação e a regularização de dois terrenos.

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Pela denúncia dos documentos do MPE, Moreira Lima teria contratado a Gráfica Propel, que não tinha papel suficiente para produzir os mais de R$ 1,6 milhão em materiais gráficos comprados pela Câmara Municipal.

Toninho de Souza observou que a representação da ONG Moral abordou o tema do vídeo e não as investigações do MPE. “Creio que estamos fazendo a coisa certa e a nossa investigação se prende apenas ao vídeo, porque a ONG Moral foi específica em apontar as imagens. Não entramos na esfera administrativa, isso cabe ao Poder Judiciário”, pontuou o parlamentar social democrata.

Nos últimos dias, ele chegou a travar debates abertos com outros colegas, principalmente o vereador Mário Nadaf (PV), por suposta interpretação de que poderia ser parcial, em favor de João Emanuel, já que amos são do PSD. “Eu norteio a minha vida pelo meu caráter e não pelo meu partido. Eu respeito as orientações partidárias no âmbito da ética”, emendou ele.

Do ponto de vista técnico, Toninho não descartou totalmente a possibilidade de utilizar as documentações da Caop. Ele ponderou que caso haja uma decisão judicial em relação ao vídeo e o mesmo não possa ser utilizado como prova, o relatório, juntado ao procedimento do Núcleo de Patrimônio Público do MPE, cujas investigações prosseguem, pode ser aproveitado. O posicionamento do presidente da Comissão leva em consideração a decisão do desembargador Juvenal Pereira da Silva, que suspendeu as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na ‘operação Aprendiz’.
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