Depois de namorar o PT por meses e até flertar com o PCdoB, o juiz federal Julier Sebastião da Silva deve se filiar nos próximos dias ao PMDB, para ser candidato ao governo de Mato Grosso ou Senado da República. Tão logo esteja desligado do Poder Judiciário – antes de 4 de abril, ele fica livre para ingressar na política eleitoral. O presidente estadual do PMDB, Carlos Bezerra, negou que tenha garantido a Julier a vaga de candidato a governador e afirmou que o “partido não tem dono e ninguém ingressa com cargo garantido”.

Carlos Bezerra elogiou a envergadura política e a disposição de Julier ingressar na vida pública, já de cara enfrentando uma ‘pedreira’ no teste das urnas. “É um bom nome, com ótimo conceito. Impõe respeito e deve ser aproveitado. Mas ninguém chega [no PMDB] com candidatura assegurada”, explicou Bezerra.

A decisão do magistrado seria uma resposta a setores do PT, que dificultavam seu ingresso, mesmo tendo o aval do Diretório Nacional e da maioria da Executiva Estadual. Desta foram, o PT dava como certa sua filiação em fins de março ou nos primeiros dias de abril.

Sem a sombra do governador Silval Barbosa (PMDB) para disputar o Senado, Julier resolveu aceitar o convite do PMDB, formulado desde ao ano passado. Estranhamente, na reunião dos partidos aliados na noite desta segunda-feira (17/03), no Hotel Odara, Carlos Bezerra defendeu o nome do ex-secretário Francisco Faiad (PMDB) para governador e não mais insistiu com o ex-vereador Ludio Cabral (PT), a quem defendia com unhas e dentes.

Além disso, a decisão de Julier evita um novo racha no PT. E facilita para o Partido da República, do ex-governador e senador Blairo Maggi, ‘emplacar’ o deputado federal Wellington Fagundes, presidente da Executiva Estadual do PR, como candidato ao Senado. E a vaga de vice ficaria com o PT, PSD ou PP.

Filiação em alto estilo

Reportagem do site MidiaNews anuncia que a filiação de Julier Sebastião ao PMDB acontecerá em Brasília, no dia 2 de abril, devendo ser prestigiada por líderes nacionais, como o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, além de governadores da sigla.