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Sem acordo, greve dos enfermeiros começa na próxima segunda-feira

Da Redação - Priscilla Silva

A greve dos enfermeiros  que atuam na rede pública municipal foi aprovada e terá início a partir das 7h da próxima segunda-feira (7) já que ainda não há acordo sobre a questão salarial. Em toda capital existem 1.140 profissionais da enfermagem que atuam no Pronto-Socorro de Cuiabá, Unidade de Pronto-Atendimento – instalada no Bairro Morada do Ouro – além de cinco policlínicas e 126 unidades de saúde familiar. Com esta definição da greve apenas 30% dos enfermeiros atuando nas unidades de saúde.

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“O profissional da enfermagem é fundamental para o funcionamento da saúde pública, pois é ele que cuida do paciente quando dá entrada na unidade, limpa, faz os curativos, ministra medicamentos receitados pelo médico, ou seja, ele é insubstituível”, defende o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso, Dejamir Soares, ao anunciar a greve da categoria.

A principal reivindicação da classe está ligada a questão salarial. A contraproposta apresentada pela Prefeitura de Cuiabá de 3% de aumento nos vencimentos foi recusada pela categoria que pede a equiparação salarial com a da carreira de médico e odontólogos.

“O salário inicial de um médico e de um dentista é de R$ 3.500, para 20 horas semanais, nós ainda estamos pedindo um vencimento de R$ 3 mil para 40 horas semanais”, pontua. Conforme Dejamir, a contra proposta de aumento de 3%, para a classe de nível superior proporcionaria um reajuste de apenas R$ 52, enquanto para o nível técnico o valor acrescido seria de R$ 30 a mais. O sindicalista também informou que o salário inicial para um técnico, nível médio é de apenas um salário mínimo R$ 722.

“É justa a nossa reivindicação, pois quem atua na saúde pública, Pronto-Socorro de Cuiabá, por exemplo, é um grande guerreiro, pois mesmo diante da falta de medicamentos e insumos eles salvam vidas”, defendeu.

Temor

A greve poderá trazer grandes transtornos à saúde pública de Cuiabá. “Nós tentamos evitar a paralisação, pois ela trará uma situação pior do que a ocorreu em Várzea Grande no mês passado”, avalia. O sindicalista remete a greve dos enfermeiros que atuam no Pronto-Socorro de Várzea Grande que paralisaram suas atividades por dois dias devido ao atraso no pagamento dos vencimentos. O movimento provocou um caos na saúde pública daquele município e consequentemente sobrecarregou ao da capital do Estado. Durante a greve os atendimentos no Pronto-Socorro de Cuiabá dobraram.

Ainda conforme o presidente do sindicato, o projeto que prevê a readequação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários deveria ter sido encaminhado para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) até o último dia 30, entretanto não foi encaminhado, devido aos recessos da Copa e das eleições.

Outro lado

A Prefeitura de Cuiabá, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que ainda não foi notificada sobre a greve dos enfermeiros municipais e se diz surpresa com a deflagração do movimento pelo fato de as duas partes estarem em plena negociação. Caso ocorra a greve, a prefeitura espera que sejam mantidos os 70% dos serviços que é essencial. A prefeitura também ressalta que uma contraproposta de aumento real de 5% para os próximos três anos, além da correção inflacionária, foi apresentada para a classe.

Anterior à contraproposta, o sindicato dos enfermeiros solicitou um aumento de 100% - salários que seriam equiparados ao de médico, conforme a prefeitura, o executivo não tem condições de atender essa reivindicação e esperava que, no caso de não aceite de sua contraproposta outra fosse encaminhada pela classe à prefeitura.

Ainda nesta sexta-feira (04), a prefeitura tentara um acordo com a classe e solicitará o intermédio do Núcleo de Negociações de Intermediações do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Atualizada às 18h13.
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