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Silval torna Pedro Nadaf supersecretário para comandar a transição e evitar ‘casca de banana’

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco

A perspectiva de endurecimento do diálogo entre o atual e o próximo governo de Mato Grosso, principalmente por conta de diferenças no ponto de vista de gestão, levou o governador Silvar Barbosa (PMDB) a fortalecer a equipe de transição, principalmente o secretário Pedro Nadaf (PR), para evitar dissabores. O decreto que regulamenta este período foi publicado no Diário Oficial do Estado que circulou nesta quinta-feira (16) no Estado e, na prática, tornou Nadaf um supersecretário.

Conselheiro de Mauro vai atuar na transição de Pedro Taques

“O documento estabelece normas a serem adotadas durante o processo, tanto por parte do atual governo, quanto por parte da equipe formada pelo próximo governador, que assume em 1º de janeiro do próximo ano”, observou Pedro Nadaf, para a reportagem do Olhar Direto.  
 
Entre as regras estão à fixação de meios e prazos para o fornecimento de dados. Os pedidos de acesso a informações, qualquer que seja a natureza, deverão ser formuladas por escrito e encaminhadas ao secretário Pedro Nadaf, que faz parte do primeiro escalão desde o governo Blairo Maggi.
 
Na prática, Nadaf é quem coordena a transição por parte do atual governo. Por ordem de Barbosa, ele vai centralizar todas as informações a serem repassadas para o coordenador da equipe de transição do governador eleito José Pedro Taques (PDT), prefeito licenciado Otaviano Pivetta (PDT), de Lucas do Rio Verde.

Ao lado de Pedro Jamil  estará a secretária-adjunta Andreia Andolpho de Moraes, da Casa Civil, responsável por receber as solicitações por parte da equipe de Pedro Taques.
 
Na equipe, o  secretário Arnaldo Alves de Souza, de Planejamento, e o auditor-geral do Estado, José Alves, também são peças imprescindíveis, sob  o  comando de Nadaf. “Os demais secretários serão convocados caso a caso, conforme a demanda solicitada”, aponta ele.
 
As normas fixadas por Sival, no decreto, são apenas para garantir a organização deste período. No documento, o governador ainda disponibiliza um espaço físico, com equipamentos e materiais, para o desempenho das atividades da equipe de transição de Taques.
 
“Nós já temos um governador eleito. Ele será o governador a partir de 1º de janeiro. Então, não tem o porquê o governo dificultar o processo de transição ou de fornecimento de informações, porque se eles não tiverem acesso à informação hoje, eles vão ter daqui dois meses”, argumentou o chefe da Casa Civil.
 
Apesar disso, Nadaf afirma que não irá admitir algumas práticas que possa vir a atrapalhar a governabilidade. “Republicanamente nós temos que manter a governabilidade. Não vamos aceitar ingerência até 31 de dezembro na gestão do governador Silval Barbosa. Nós também não iremos aceitar que membros da equipe repassem informações extraoficiais, ou façam solicitações. Não vamos permitir que pessoas sem obter o devido credenciamento por parte do governador eleito, recebam informações públicas, porém de sigilo”, frisa.
 
De acordo com o secretário, algumas pessoas já tem se movimentado no sentido de atrapalhar o processo de transição com o intuito de tirar proveito da situação.
 
“Nós estamos preservando isso em prol da sociedade, pois temos muitos processos administrativos, muitos processos de execução que correm com legislação que garantem a integridade das pessoas ou das empresas. E nos já estamos percebendo pessoas, ansiosas, tanto de um lado quanto de outro, querendo informações sigilosas, que podem colocar em risco a transição e o sigilo das informações”, conta.
 
Por conta disso, Nadaf preferiu trabalhar com uma equipe reduzida. O republicano quer evitar vazamento de informações.

Equipe inovadora
 
Já sob o comando de  Otaviano Pivetta estarão 12 técnicos  que vão trabalhar voluntariamente para Pedro Taques. Todos têm perfil técnico, mas com o compromisso político.
 
Ao todo, serão 30 pessoas dividas em 12 grupos de trabalho.  Eles poderão avaliar se é viável a proposta de redução de 19 para 12 o número de secretarias de  Estado, que será apresentada ao próximo governador.
 
Entre os que vão prestar serviço voluntário, estão o administrador de empresas Júlio Modesto, especialista em f
inanças, para atuar na Secretaria de Administração; Gustavo Oliveira, diretor da Federação das Indústrias (Fiemt), na Secretaria de Fazenda (Sefaz);  economista Reinhard Ramminger, mestre em agronegócio e desenvolvimento regional, vai atuar na  Secretaria de Planejamento e Finanças; economista Eduardo Moura, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico (fusão da Sicme e Sedraf); e o administrador e contador Carlos Ribeiro, mestre em políticas sociais, na Secretaria de Justiça e Jireitos Humanos.
 
Também estão na equipe de transição de Pedro Taques o advogado José Rodrigues Júnior, atuando na Secretaria de Esporte, Lazer, Trabalho e Assistência social (fusão de Seel e Setas); vice-governador e produtor rural Carlos Fávaro, na Secretaria de Obras Públicas (a ser criada); engenheiro sanitarista Marco Bertúlio, mestre em saúde e ambiente, na Secretaria de Estado de Saúde; professora Luíza Trovo, aposentada pela Unemat, atuando na Secretaria de Ciência e Tecnologia; advogada Ana Flávia Aquino, mestre em direito agroambiental, na Secretaria de Meio Ambiente (Sema); arquiteto e doutor em tecnologia Eduardo Chiletto, mestre em física e meio ambiente, na Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Regional;  e o professor Paulo Eduardo Santos, na Secretaria de Estado de Educação.
 
Todos serão comandados por Otaviano Pivetta ate fins de dezembro, com a missão de apresentar um ‘raio X’ do governo de Mato Grosso, para o governador eleito José Pedro Taques, antes da posse.
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