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Garantia de aviação regional como prioridade deverá beneficiar Mato Grosso; entenda

Da Redação - Wesley Santiago

A garantia do Ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), de que a aviação regional será prioridade no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT) poderá trazer diversos benefícios ao Estado de Mato Grosso. Dono de um extenso território e com as rodovias estaduais em péssimas condições, esta poderá ser a chance do Estado ter diversas ligações entre os seus municípios e também de alavancar o turismo que segue estagnado.

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O ministro disse, em entrevista ao Broadcast Político, que seguirá o plano que já foi iniciado pelo ex-ministro Moreira Franco: “Nós vamos ter como prioridade absoluta a aviação regional. O programa de desenvolvimento regional prevê que serão ampliados, reformados ou construídos 270 aeroportos regionais”. Destes, 67 serão na chamada região 1, formada pelos Estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá e Mato Grosso.
 
Padilha ainda acrescenta que “o objetivo é interiorizar o desenvolvimento e propiciar paralelamente a exploração turística daquilo que o Brasil é singular no mundo, que são os recursos naturais. Acabamos não tendo um aporte turístico por falta de interiorização logística do transporte aéreo".
 
Sendo assim, Mato Grosso deverá tirar proveito do plano de aviação regional. O Estado, que tem diversos pontos turísticos espalhados por seu extenso território (903.378,292 km²), não consegue emplacar no setor turístico. Um dos motivos é a péssima situação das rodovias estaduais que ligam diversas cidades mato-grossenses. Os buracos são frequentes e cada vez maiores, o que ‘empaca’ as chances do turista de visitar os locais mais distantes.
 
Vale lembrar que quase 80% das rodovias estaduais não são asfaltadas (apenas sete de um total de 30 mil quilômetros estão asfaltados). Com isto, no período chuvoso o acesso é quase impossível. A MT-130, que liga Primavera do Leste a Paranatinga, é um dos pontos de maior reclamação dos condutores.
 
A economia do Estado também poderá ser beneficiada com a construção e ampliação dos aeroportos do interior. Isso porque as cidades polo do agronegócio estão no interior de Mato Grosso. Com os novos voos para estes destinos, a ligação comercial entre empresários também poderá dar um salto.
 
De acordo com Padilha, os projetos dos 270 novos aeroportos já foram elaborados pelo ex-ministro Moreira Franco, e a previsão é que a execução custe cerca de R$ 7,3 bilhões: “Serão aeroportos do padrão semimodular de quatro tipos, perfeitamente equipados para atender às demandas locais. Vamos ter de acelerar a conclusão dos projetos para depois iniciar a etapa da licitação e de obras. O mais difícil neste tipo de projeto é ter o projeto executivo e os licenciamentos”.
 
Mato Grosso
 
Vários aeroportos do interior do Estado já receberam alguns dos incentivos do PAC Aeroportos (Programa de Aceleração do Crescimento) para operar voos regulares. No ano passado, O aeroporto municipal João Batista Figueiredo, em Sinop, foi um dos que recebeu o incentivo. Um caminhão AP-2, utilizado no combate a incêndio, foi entregue para a administração do local. O veículo é uma das exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que o aeródromo possa operar um número maior de voos regulares. Um novo terminal também deve ser erguido. A empresa aérea TAM, já demonstrou interesse em voar para a cidade.
 
Em março de 2014, os aeroportos de Alta Floresta e Barra do Garças também receberam novos caminhões de combate a incêndio e poderão aumentar o número de voos regulares. Em Rondonópolis, as obras ,que estão paralisadas, devem ser retomadas. O aeroporto conta atualmente com uma pista de 1.850 metros por 30 largura, o que permite que o local recebe pousos e decolagens de aeronaves de pequeno porte. Segundo o engenheiro civil aeroportuário e hidroviário, José Carlos Ferreira, o novo projeto prevê que a pista aumentará para 2.460 metros por 45 largura.
 
Isso irá permitir que o aeródromo receba pousos e decolagens de aeronaves de grande porte, como os que são usados pelas principais empresas aéreas. O valor estimado das obras é de R$ 28 milhões. O prefeito de Jaciara, Ademir Gaspar de Lima (PT), também sinalizou que a cidade poderá ter um aeroporto: “Um projeto já está sendo elaborado para que tenhamos condições de receber voos comerciais. Assim, as pessoas podem vir até Cuiabá e de lá pegar uma aeronave menor para chegar até nossa cidade, facilitará o acesso”, disse ao Olhar Direto.
 
Com estes investimentos, Mato Grosso poderá ter ligações mais rápidas entre várias de suas cidades e também de municípios de outros Estados. Um dos exemplos são os dois novos voos que a Cuiabá receberá a partir de fevereiro. A Azul Linhas Aéreas terá dois novos destinos saindo do Aeroporto Marechal Rondon, são eles: Presidente Prudente (SP) e Foz do Iguaçu (PR).
 
O plano
 
O plano, que já tinha sido anunciado pela presidente Dilma Rousseff (PT) em 2012, tem como meta atender 96% da população brasileira com aeroportos a uma distância média de 100 quilômetros de cada cidade do País. Para que isso aconteça, o Estado irá arcar com os custos de 50% dos assentos das aeronaves, em voos com origem ou destino a cidades do interior. O limite é de 60 lugares por trecho.
 
Com isso, o governo deixaria de cobrar tarifas aeroportuárias para passageiros e companhias - como taxa de embarque, de pouso, permanência ou navegação. Assim os tributos deixariam de ser recolhidos e seriam repassados para as empresas aéreas. As grandes companhias brasileiras como Azul, TAM e GOL já manifestaram interesse em aumentar os seus voos para o interior do país.
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