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Equipe do governo Taques se surpreende com tamanho do rombo e ‘pedala’ para manter serviços essenciais

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco

O entendimento de que a economia de Mato Grosso segue a tendência brasileira e internacional de grave recessão obrigou o governo Pedro Taques a pisar no freio acima do esperado nos primeiros meses. “O bicho é mais feio do que parecia, na transição. Talvez nem tenhamos chegado ao fundo do tamanho do rombo. Mas vamos vencer uma etapa de cada vez”, explicou um integrante do primeiro escalão de Taques, que participou da transição.

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A ordem é manter apenas os serviços essenciais, principalmente saúde, educação e segurança, nos primeiros três meses de mandato do governador José Pedro Taques (PDT). “E esse entendimento está sendo refletido nos projetos orçamentários, que não podem ser peças de ficção. E por isso os projetos foram adaptados”, explicou o próprio governador a aliados que cobravam agilidade.
 
“Mato Grosso, o Brasil, a economia internacional não terão assim um ano maravilhoso. E esse entendimento está sendo refletido nos projetos do governo”,  admitiu o secretário Paulo Ricardo Brustolim, de Fazenda, em entrevista anteiror para reportagem do Olhar Direto.
 
Pedro Taques sabe  das contas desfavoráveis que prejudicam máquina pública de Mato Grosso, com dívidas superiores a R$ 2,5 bilhões. E o panorama econômico, principalmente no curto prazo, não é nada animador.
  
Uma das preocupações de Taques é com o cumprimento dos ajustes no orçamento de 2015 montado por sua equipe e votado em dezembro pelos deputados estaduais.
 
A cada manifestação, o governador  demonstra apreensão em  “dar continuidade aos serviços públicos”, em especial em áreas como saúde, educação, segurança pública, setores de forte demanda.  
 
É por isso que, para ajustar a estrutura pesada do Estado, o governador promoveu cortes drásticos de custos, desde os primeiros dias  da sua gestão. “Os cortes foram necessários e profundos. E foram feitos agora, no início. Esse entendimento foi formatado pela equipe de transição, com base em dados técnicos”, destacou outro secretário.
 
Somente com pagamento de folha de pessoal, neste ano, são mais de  R$ 7 bilhões, o que pode ser reduzido no máximo em 6% - menos de 400 milhões – com os cortes promovidos.
 
Em outra frente, Taques apenas depois da posse começou a enxergar o verdadeiro rombo com os empréstimos das obras  da Copa do Mundo Pantanal Fifa 2014, contratados pelo então governador Silval Barbosa (PMDB).  
  
A dívida consolidada líquida do governo aumentou em R$ 1,1 bilhão entre 2012 e 2013, segundo balanço das contas anuais do governo fiscalizadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). Era R$ 4,536 bilhões e foi para R$ 5,656 bilhões. Os dados de 2013 para 2014 ainda não estão concluídos.
 
Tomando pé da situação
  
A Controladoria Geral do Estado (CGE)  constituiu comissão de auditores, pela Portaria 3/2015, para cumprir exigência anual do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de elaboração do Parecer Técnico Conclusivo de Controle Interno das contas do Governo de Mato Grosso do exercício anterior. Somente com o parecer em mãos é que o Pedro Taques vai enxerar “o fundo do poço”.
 
Todavia, a Controladoria esclareceu, em nota, que trata-se de uma atividade que ocorre todos os anos e não de um trabalho de auditoria especial.   É neste trabalho que são verificados os resultados dos programas de governo, o cumprimento dos percentuais de aplicação na saúde e educação, os limites de endividamento, o limite de gastos com pessoal, além de outros.  
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