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Um ano após a Copa do Mundo começar em Cuiabá, VLT ainda é incógnita e legado é pequeno

Da Redação - Wesley Santiago

Há  um ano começava a Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá. Escolhida como uma das 12 cidades-sede do torneio, a Capital de Mato Grosso se preparava para receber os turistas de diversos países que viriam à cidade acompanhar quatro partidas na Arena Pantanal. Porém, nenhum deles pôde usufruir da ‘menina dos olhos’ da gestão do ex-governador, Silval Barbosa (PMDB), que era o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), já que o modal não estava nem perto de ser finalizado.

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O legado deixado pelas chamadas ‘obras da Copa’, também foi muito pequeno, se comparado ao que o ex-governador almejava. O que sobrou para a nova gestão foram problemas. A Arena Pantanal, ainda não foi entregue de forma definitiva pela empresa responsável. As trincheiras e viadutos apresentam diversos problemas e o novo modal não deve ficar pronto antes de 2018.


(Foto: Wesley Santiago/Olhar Direto)
 
Ainda não há sequer a definição se o VLT será mesmo implantado na capital mato-grossense. Tudo ainda depende do estudo de viabilidade técnica que foi pedido pelo Governo do Estado. Porém, estima-se que o custo poderá chegar a R$ 1,8 bilhão, valor totalmente diferente do que foi previsto no início do projeto que era de R$ 500 milhões (a obra foi contratada por R$ 1,4 bilhão).
 
Outro valor que foi revisado e inflacionou foi o da tarifa. Nas audiências públicas para convencimento de implantação do VLT foi apontado por um estudo do Governo que o custo seria de R$ 3,89 e poderia ser subsidiado para ficar em torno de R$ 2,99. Porém, um levantamento prévio feito pelo atual governo apontou que o valor da tarifa deverá variar entre R$ 6 e R$ 10, algo entre 100% e 160% a mais.
 
Viaduto da Sefaz
 
O viaduto da Sefaz (Jamil Boutros Nadaf), primeira obra a ser entregue pelo governador Silval Barbosa, foi o maior alvo de polêmicas durante a sua construção. Porém, isto não parou depois que o projeto foi entregue, já que o local teve de ser interditado pelo risco de queda, se os veículos continuassem passando por lá.


 
As falhas estão sendo corrigidas pelo Consórcio VLT, responsável pela obra. Tudo deverá estar pronto no próximo mês (julho), segundo o secretário Eduardo Chiletto, de Cidades. Porém, ele ainda alertou que as interferências no trânsito local serão mantidas até a conclusão das obras. Um estudo da Laboratório de Sistemas Estruturais Ltda (LSE) apontou que o elevado suporta o próprio peso e não há risco de queda.
 
COTs
 
Os Centros Oficiais de Treinamento (COT), que também deveriam estar prontos antes da Copa do Mundo, também apresentaram problemas. O COT da UFMT foi o único que recebeu treinamento das seleções, mesmo não estando 100% finalizado. Já o COT do Pari, não ficou pronto e ainda não se sabe para que será usado. Há uma determinação de Pedro Taques (PSD) para que o local fique para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.
 
Arena Pantanal e futebol local
 
Orçada em mais de R$ 600 milhões, a Arena Pantanal foi construída com o objetivo de receber quatro partidas do Mundial de 2014 e também para alavancar o futebol mato-grossense. A primeira parte, o estádio fez muito bem e recebeu diversos elogios durante a competição, tanto da imprensa nacional, como da internacional.


(Foto: Jardel P. Arruda/Olhar Direto)
 
Porém, no quesito de alavancar o futebol local ainda não cumpriu a sua ‘missão’. No início, muitas pessoas iam a estádio para acompanhar os times do Estado e conhecer a Arena Pantanal, o que rendia um ótimo número de torcedores. Porém, isto não se manteve e o público em jogos de clubes mato-grossenses foi diminuindo.
 
No primeiro semestre deste ano, o Cuiabá Esporte Clube conseguiu ser campeão da Copa Verde de 2015 e garantiu vaga na Copa Sul-americana de 2016. Porém, não há indícios de que o ‘fator Copa’ tenha sido o motivo do crescimento do time. A principal receita de sucesso do clube está na diretoria, que segue o modelo de clube-empresa e nos próprios jogadores que conseguiram reverter um placar inimaginável na capital mato-grossense.
 
Tantos problemas
 
Os problemas continuam por toda a cidade. Há relatos de fissuras, infiltrações e erros nos projetos dos viadutos e trincheiras construídos. O governador Pedro Taques prometeu entregar todas as obras com a devida qualidade e garantiu que não irá recebê-las com falhas. “Estamos exigindo que as empresas corrijam os problemas. Não vamos receber estes empreendimentos sem qualidade. Temos um governo sério, que quer entregar para a população obras bem acabadas”, disse o secretário Eduardo Chilleto.
 
O secretário estima que sejam necessários cerca de R$ 160 milhões para terminar todas as obras que ainda estão incompletas, com exceção do VLT: “A Sefaz (Secretaria de Fazenda), junto com a Seplan (Secretaria de Planejamento), em parceria com a CGE e a PGE (Procuradoria Geral do Estado), já disponibilizou R$ 50 milhões para o início das obras. Se precisarmos de mais, vão liberar”.
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