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Especialista alerta para atitudes ao volante que podem gerar acidentes

Do G1 São Carlos e Araraquara

Tarefas consideradas inofensivas podem se tornar vilãs em acidentes automobilísticos, segundo Antônio Nelson da Silva, professor do Departamento de Engenharia de Transporte da USP de São Carlos (SP).

O perigo é confirmado por pesquisas. Se o motorista acender um cigarro ou procurar algo na carteira, por exemplo, perde cerca de três segundos, tempo suficiente para o carro percorrer 80 metros. Para a sintonização do rádio, são quatro segundos perdidos, ou cerca de 110 metros.

Mesmo o GPS, que deveria servir para ajudar, pode deixar os condutores mais desatentos. “No caso do GPS, tem gente que liga e desliga o aparelho em pleno movimento. Às vezes, a pessoa erra o caminho e vai ver o que aconteceu, mas o carro continua andando. Se a pessoa simplesmente olhou para a tela e voltou a olhar para a pista, o tempo é muito pequeno, mas, se for ajustá-lo, são mais segundos e em todo esse tempo o carro continua andando normalmente, como se nada tivesse acontecido”, explicou o professor.

Segundo o especialista, a maior preocupação nesses casos diz respeito à velocidade. “O carro não sabe se você está distraído ou não, então ele permanece na mesma velocidade que você estava e, se alguma coisa acontecer nesse período e você precisar reagir, só vai reagir no momento em que voltar a ter atenção no volante”.

Também é necessário evitar o uso do celular, atitude considerada como infração de trânsito. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a multa para quem dirige falando ao celular é de R$ 85, com perda de quatro pontos da Carteira Nacional de Habilitação.

“Tem que resistir às tentações de mexer em coisas de dentro do carro que desviam a atenção. Se tiver que fazer algo, encosta o carro, faz e segue viagem”, orientou Silva.

Distrações

Mas não são só os aparelhos tecnológicos que tiram a atenção. Beber um pouco de água durante o percurso  leva quatro segundos e, se o carro mantiver a velocidade, chega a percorrer 100 metros.

“Eu não sabia que dava tudo isso, realmente tem que prestar mais atenção e evitar tomar água”, disse Ariane Carrer, analista de marketing.

“Nos distraem e acabamos fazendo alguma besteira, entrando errado, fazendo uma frenagem mais brusca”, comentou Alexandre Gomiero, técnico eletricista.
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