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Bolsonaro chega "aclamado" em MT e defende produtores armados contra bandidos e MST

Da Redação - Jardel P. Arruda

Recepcionado por uma claque de admiradores, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) aproveitou a chegada em Mato Grosso, na tarde desta quinta-feira (12), para mandar um recado sobre o que ele veio defender em Mato Grosso: Fuzis para fazendeiros se defenderem de “marginais” do MST, mudança na política indigenista e a exploração dos recursos naturais como no garimpo de Serra Pelada.

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“O fazendeiro tem que ter fuzil dentro de sua fazenda, não só para se defender de bandido que vai roubar seu gado, mas também dos marginais do MST. Temos que rever completamente a questão indigenista. É uma política em que os índios estão sendo usados para conseguir um latifúndio que vai ser independente mais cedo ou mais tarde”.

Enquanto falava, a claque que o recepcionou com cartazes gritava eufórica, como se cada assunto elencado como parte da agenda do parlamentar fosse um gol. “Bolmito! Aêêêê! Presidente!”. Tão comuns quanto os pedidos para ele ser candidato a Presidência, foram os pedidos para a presidente Dilmar Rousseff (PT) deixar o cargo. “Fora petralhas!”.

“Nós estamos sentados em uma grande Serra Pelada. O Brasil tem uma das áreas mais ricas, mais férteis, na biodiversidade, no tocante ao meio ambiente, água potável, agricultura e não exploramos isso. Estamos deixando. Por exemplo, o viés da demarcação de terras indígenas, viemos a perder. O que devia ser solução para o mundo, tem sido problema para nós, especialmente a nossa região Norte”, continuou.

Bolsonaro, que falou de vários outros tópicos de sua agenda, ainda pediu para seus admiradores não deixarem ser censurados na internet e nas redes sociais, as quais, segundo ele, são a única imprensa independente.  Para ele, o PT está usando acusações de discurso de ódio para acabar com a liberdade de expressão no país.

Mas, nem só por militantes o deputado federal do Rio de Janeiro foi recebido. O presidente regional do PP, deputado federal Ezequiel Fonseca, e os presidentes regionais do PSDB e PMDB, Nilson Leitão e Carlos Bezerra – conhecido por sua militância de esquerda pelo MDB, contra a Arena, partido de sustentação da Ditadura Militar defendida por Bolsonaro -,viajaram no mesmo voo que Bolsonaro e posaram para foto.



O parlamentar do Rio de Janeiro vai participar de uma palestra para discutir temas como direitos humanos na América Latina e a conjuntura da crise política nacional, na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), na manhã de sexta-feira (13).  Bolsonaro possui posições políticas controversas, principalmente sobre o primeiro tema.

Recentemente, ele foi condenado por ofender a colega gaúcha Maria do Rosário (PT) no plenário da Câmara em 2014, quando disse que não estuprava a parlamentar porque ela "não merece". Ele também é defensor da pena de morte, da tortura em interrogatórios e defende a ditadura militar.
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