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Rescisão de contrato do Aeroporto impede retorno de voos internacionais em abril e frustra plano do governo

Da Redação - Wesley Santiago

Caso o governo decida rescindir o contrato com o Consórcio Marechal Rondon, responsável pelas obras no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, será impossível a retomada dos voos internacionais em abril deste ano. A data havia sido estipulada pelo governador Pedro Taques (PSDB), que tinha o desejo de abrir a Feira Internacional do Turismo do Pantanal, já contando com um voo para outro país a partir da capital mato-grossense.  Na segunda-feira (29), ficou decidido que contratos de projetos da Copa do Mundo de 2014 serão rescindidos e o terminal mato-grossense é um dos principais alvos.

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A intenção de Pedro Taques era que o terminal cuiabano tivesse o reinício dos voos já em abril deste ano. Por conta disto, os trabalhos estavam concentrados no setor internacional e nas instalações da Receita Federal, necessária para que o ‘sonho’ fosse concretizado. Entre os dias 20 e 24 de abril, acontece a Feira Internacional do Turismo do Pantanal. Isso porque, segundo ele, “neste momento de crise é a indústria do turismo que vai movimentar a economia e vai gerar emprego e renda para o Estado”.
 
Na segunda-feira (29), o secretário de Cidades, Eduardo Chiletto, confirmou que o Executivo irá rescindir contratos de algumas das obras da Copa do Mundo de 2014 que haviam sido alvos de TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) no fim do ano passado. O gestor da pasta disse ter chegado "ao limite do bom senso", já que as empresas não estão cumprindo com o cronograma, mesmo após diversas notificações.
 
O Aeroporto Internacional Marechal Rondon é um dos que podem ter a rescisão unilateral do contrato. Isso porque, segundo o relatório da Secid (Secretaria de Cidades), as obras do terminal têm um atraso considerável em relação ao cronograma físico-financeiro; foi contratada sem certidões para andamento do contrato, sem certidões para recebimento de medições e com pendências de INSS e FGTS. Por fim, foi apontado que o Consórcio Marechal Rondon executou somente 30,8% em dezembro/2015 e janeiro/2016.
 
A Secretaria de Cidades já fez diversas notificações, mas não recebeu formalmente “nenhuma resposta por parte do consórcio acerca de tal atraso, tão pouco o realinhamento do cronograma físico-financeiro, hoje defasado”. Ao todo, o projeto tem apenas 73% de conclusão. Tudo deveria estar pronto antes da Copa do Mundo de 2014, o que evidentemente não ocorreu.
 
Cuiabá-Bolívia
 
Vale ressaltar que, recentemente, o presidente da AmasZonas Lineas Aereas, Sérgio de Urioste, demonstrou a vontade de voltar a operar a rota entre Cuiabá e Santa Cruz de La Sierra: “Iniciamos o voo para Cuiabá, mas por problemas com o aeroporto que ainda não estava apto com suas construções, tivemos que interrompê-los, porém vamos reinaugura-los. Estamos esperando que o aeroporto esteja pronto para voltar a operar com voos internacionais”.
 
O voo entre Cuiabá e Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) começou a ser operado em junho de 2014, dias antes da Copa do Mundo. Com viagens três vezes por semana, a ocupação era de aproximadamente 80%. Havia a intenção de tornar as viagens diárias por conta dos bons números apresentados.
 
Vale lembrar ainda que Santa Cruz dispõe de conexão para os países andinos, América do Sul e outros. Partindo da Bolívia, um voo para Miami nos Estados Unidos, por exemplo, tem o seu tempo reduzido em quatro horas: “Trata-se de um voo de uma hora e quinze minutos para chegar ao mundo”, explica o presidente.
 
A companhia dispõe de oito aviões Bombardier CRJ-200 com capacidade para 50 passageiros cada. Até o fim do ano, a expectativa é de comprar sete novas aeronaves do mesmo modelo. No ano passado, foram mais de 600 mil passageiros transportados e a previsão é que em 2015 a companhia chegue a 1 milhão.
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