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Secretário de Fazenda afirma que não há "máquina de fazer dinheiro" e não sabe se todos vão receber dia 10

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco

A obrigação de quitar os R$ 162 milhões em débitos da saúde, com recurso das fontes 100 e 134 (Tesouro do Estado) tendem a obrigar o governo de Mato Grosso a escalonar o pagamento dos servidores públicos. O secretário de Estado de Fazenda, Gustavo de Oliveira, passou toda a manhã, no auditório Milton Figueiredo da Assembleia Legislativa, para explicar com um velho adagio popular: “para vestir um santo, o governo se viu obrigado a ‘desvestir’ o outro”. Ele observou que o governo não possui máquina de fabricar dinheiro.
 
“É a realidade. Não vamos soltar outras despesas antes de quitar a folha. A equipe está se esforçando para fazer a folha cair no dia 10 ou talvez até no dia 9. Se não tivermos os recursos depositados na conta do Tesouro até às 18h do dia 9, nem adianta mandar a folha para o banco, que ela vai voltar sem ter pago o servidor no dia 10 pela manhã”, justificou o titular da Sefaz. Ele explicou que a folha de pagamento dos servidores públicos consomem quase R$ 427 milhões. Desse montante, apenas os cerca de R$ 145 milhões destinados aos aposentados e pensionistas estão garantidos.

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Caso não se confirmem receitas previstas, o restante do funcionalismo deve aguardar o pagamento para a próxima semana – dia 12 de junho em diante. Ele não escondeu certo aborrecimento com a informação de que os servidores receberiam até o dia 25 e criticou os que ficam disseminando o pânico, sem nominar de onde teriam saído tais boatos.  “É lamentável mesmo! Muita gente começa a jogar pânico para cima dos servidores”, argumentou Gustavo, em nome do governador José Pedro Taques (PSDB).
 
Apontando para os dirigentes do Fórum Sindical, o secretário de Fazenda pediu que os servidores não sejam arrastados para uma nova greve, por conta do parcelamento da Revisão Geral Anual (RGA), porque o governo estadual não possui máquina de fazer dinheiro. “A única coisa que não tenho é máquina de fazer dinheiro. Eu não tenho como emitir papel moeda para financiar mais R$ 500 milhões. A Sefaz está à disposição para implementar o que for possível, mas precisamos pensar nos mais de três milhões de habitantes de Mato Grosso”, observou Gustavo.
 
Sua tese recebeu aceno positivo dos que o ladeavam, como o secretário Guilherme Müller, de Estado de Planejamento, e do deputado José Domingos Fraga (PSD), presidente da Comissão de Fiscalização da Execução Orçamentária da Assembleia Legislativa.
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