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O que comemorar?

Do Internauta

Na Semana Mundial do Meio Ambiente uma pergunta não quer se calar: há o que comemorar? Para um grupo de Mc’s mato-grossenses, as gerações mais jovens possuem uma visão mais inteligente e muito menos predatória em relação ao meio ambiente. No dia 5 de junho de 1972, ocorria em Estocolmo a primeira conferência da ONU sobre meio ambiente. Desde então, a data passou a ser celebrada como o Dia Mundial do Meio Ambiente. Como uma espécie de alerta verde (ou alerta vermelho!) face aos riscos iminentes que o planeta vem experimentando, algumas vozes da mais pura resistência poética e política vêm cantando em versos contundentes e ritmos fortes a situação ambígua que ocorre em Mato Grosso, de um lado puxam o coro dos exploradores da terra, dizem em alto e bom som que aqui se produz riqueza, e do outro lado, os meninos gritam que estão envenenando nossas nascentes e destruindo os restos de floresta (a flor que resta). Como parte dessa manifestação contrária, um grupo de rappers, capitaneados por MC Ahgave, lança hoje uma música que expõe as fraturas desse sistema do agronegócio que acima de qualquer coisa visa o lucro, puro e simples: Agrocypher é o titulo da track que chega à cena musical de Mato Grosso denunciando os desmatamentos do cerrado e da Amazônia feitos de maneira desmedida para ampliação das lavouras em Mato Grosso. Com estrofe que diz: “O sindicato do Rap vai protestar e vai cobrar…”, os Mc’s, Ahgave, PachaAna, Rodrigo B1 e Taba, em parceria com MTBeatdealer, beat e captação, mixagem e masterização: Músicário Estúdio, lançam esse trabalho que promete abrir vários debates para o estado. A galera acredita que a hora é propícia para se discutir um tema tão importante para o planeta e a partir daí apontar as contradições da política do meio ambiente que não contempla a vida ou o futuro das novas gerações que vêm pela frente. “O troféu Motosserra ainda é da família Maggi, a música lembra o momento em que Blairo Maggi, ex-governador de Mato Grosso e hoje, Ministro da Agricultura, é o ganhador do troféu Motosserra de Ouro”, diz Taba. Na introdução da música surgem vozes de uma matéria no JN da Rede Globo, que cita o ministro Maggi como um dos maiores contribuintes para o desmatamento da Amazônia, aliado do Capital e inimigo do meio ambiente. O machismo e as opressões reproduzidas na cena do Rap regional são apontados também por PachaAna na rima que diz: “Além de ser terra da soja também é dos machos sem noção, hiper-sexualizando as mina, pensa que pra cena faz um “favorzão”, nem faz não…” O desenvolvimento sustentável com preservação do meio ambiente aparece na mensagem “A resistência ainda é nossa, Cuiabá é uma cumbuca onde o caldo engrossa…” Engrossa o coro dos descontentes, aumenta a força dos resistentes, a música pode sim servir a grandes causas, é uma questão de consciência e consistência da luta que é de todos nós. Matearia: Eduardo Ferreira LInk: https://www.youtube.com/watch?v=TeqMIkzWLRE
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