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Sem dinheiro, Governo de Mato Grosso admite escalonamento de salário dos servidores

Da Reportagem - Érica Oliveira e Carlos Gustavo Dorileo / Da Redação - Ronaldo Pacheco

O governo de Mato Grosso não tem dinheiro suficiente para honrar o salário dos quase 100 mil servidores públicos do Poder Executivo, no próximo dia 10. A explicação partiu do secretário-chefe da Casa Civil, deputado Max Russi (PSB), ao justificar a pressa do governador José Pedro Taques (PSDB) em cobrar urgência do governo federal no reapsse do Fundo das Exportações (FEX) e a dívida da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).   
 
Além disso, o governo repassou aos poderes Legislativo e Judiciário e ainda ao Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado (TCE) somente os valores suficientes para quitar a folha de pagamento de cada instituição. O restante será cumprido quando houver dinhieor.

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Max Russi desmentiu que a tabela de escalonamento dos salários, divulgada insistentemente nas redes sociais, tenha sido divulgada pelo governo, apesar da dura realidade. “A imagem não é verdadeira, mas  admitimos a possibilidade do escalonamento de salários. Se não tivermos entrada de recursos novos até  o próximo dia 10, teremos dificuldade de honrar com o compromisso de toda a folha. É o desejo do governador Pedro Taques de priorizar, mas nós teremos dificuldade de ter dinheiro para cumprir isso”, afirmou Russi, ao lado dos secretários Gustavo Garcia, de Estado de Segurança Pública; e Kleber Lima, de Comunicação, ao fim de entrevista coletiva, no Salão Garcia Neto do Palácio Paiaguás, nesta terça-feira (31).   
 
“Queremos pagar tudo na data certa. Mas, não podendo cumprir, haverá uma faixa salarial de quem ganha até quatro ou cinco mil reais, para pagar [no dia 10], o que corresponde mais ou menos 80% dos servidores do Estado”, avisou Max, em resposta à reportagem do Olhar Direto..
 
O titular da Casa Civil citou que houve compreensão dos poderes, que receberam o mínimo. “O compromisso que temos com os poderes foi cumprimento, com  o mínimo necessário para a folha de pagamento. E  foi cumprido com Assembleia, Tribunal de Justiça,  TCE e Ministério Público”, citou ele.
 
A confiança no ministro da Agricultura e Pecuária, senador mato-grossense Blairo Maggi, para que seja quitado o débito da Conab enche de esperança o staff do governador Pedro Taques. “O dinheiro da Conab é o nosso desejo. O governador esteve ontem [segunda-feira] em Brasília atrás de dinheiro. A cobrança do FEX já avançou, com apoio da  bancada federal”, sintetizou, citando os deputados federais Victório Galli (PSC), Rogério Silva (PMDB), Fabio Garcia (PSB), Nilson Leitão (PSDB); e os senadores José Aparecido Cidinho Santos (PR) e Wellington Fagundes (PR), entre outros.
 
Existem também algumas ações da Procuradoria Geral do Estado (PGE), em cobrança fiscal, já que no próximo mês não vai ter recursos da Conab nem do FEX.

“A partir de 2019, o FEX vai entrar  todo mês. O problema é que a nossa folha salarial, nos últimos anos, vem crescendo muito mais que a nossa receita. É fruto de discussões, embates e leis aprovadas. Mas vamos melhorar a receita”, prometeu o chefe da Casa Civil.
 
Max Russi entende que as receitas de Mato Grosso estão se comportando melhor. “Nós já geramos mais de 30 mil novos postos de empregos e isso  mostra que economia do Estado está começando a reagir. Isso é um indicador positivo”, citou ele. “Esses R$ 400 milhões a menos em recursos do governo federal é que estão fazendo falta em nosso caixa. E faze com que nós não consigamos honrar os nossos compromissos”, lamentou Russi.
 
Blairo Maggi projetou a liberação dos recursos da Conab para os próximos dias. “Temos um ministro de Mato Grosso no Ministério da Agricultura [Maggi]. E o governador tem se dedicado muito a ir atrás de recursos. No caso da Conab, temos o REFIS: a dívida de R$ 650 milhões, pode ser paga por pouco mais de R$ 100 milhões. Temos muita fé e muita esperança de que nós vamos receber neste ano”, sintetizou Russi.
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