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Corregedoria instaura dois inquéritos para investigar bate boca entre Jarbas e Stringuetta

Da Redação - Wesley Santiago

A Corregedoria da Polícia Judiciária Civil (PJC) instaurou dois inquéritos para apurar o ‘bate boca’ entre o ex-secretário de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas e o delegado Flavio Stringuetta, que auxiliou nas investigações dos grampos ilegais que ocorreram em Mato Grosso. Os procedimentos serão no âmbito administrativo e criminal.

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A informação foi confirmada ao Olhar Direto pela assessoria de imprensa da Polícia Judiciária Civil (PJC). Vale lembrar que os dois envolvidos são delegados de polícia, sendo que Jarbas está afastado por força da Justiça. A discussão entre os dois aconteceu em um supermercado, no bairro Jardim das Américas, na quarta-feira (28).
 
Na ocasião, segundo Stringuetta, ele estava passando as compras no caixa, quando Jarbas apareceu e o cumprimentou. O delegado terminou de pagar suas compras e foi em direção à sua moto no estacionamento. “Eu estava no caixa 9 e ele chegou no mesmo caixa que eu, lá são mais de 20 caixas, e todos eles tem atendente o tempo todo, então ele não precisava vir no caixa em que eu estava, ele fez questão”, disse ao Olhar Direto.
 
As imagens mostram que Jarbas passa suas compras logo depois de Stringuetta e olha várias vezes para o lado onde o delegado saiu. Em seguida, ele deixa os produtos todos no caixa e segue em direção ao ex-titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCC).

Delegados Stringuetta e Jarbas batem boca em supermercado de Cuiabá from Olhar Conceito on Vimeo.

 
Já no estacionamento, os dois parecem discutir por alguns minutos e Stringuetta chega a sair da moto e abrir os braços, enquanto que Jarbas fica com as duas mãos para trás.
 
No boletim de ocorrências (BO) registrado, Stringuetta afirma que Jarbas se mostrou mal-intencionado e provocativo. Relata ainda que foi chamado de covarde e mentiroso. O delegado explicou que tentou interromper a conversa, mas Jarbas continuou o ofendendo, chamando-o de safado e ainda disse que queria resolver “nosso problema de homem para homem, olho no olho”.
 
“Ele só ameaçou brigar, falou que queria resolver as coisas comigo como homem, deixou claro que queria resolver fisicamente”, disse Stringuetta. Ao final da discussão Rogers novamente disse que queria resolver tudo como homem, e pediu para o delegado marcar dia, hora e local. Stringueta não acredita que o ex-secretário estivesse sob o efeito de bebida alcoólica ou algum entorpecente.
 
Em uma nota, os advogados de Rogers Jarbas confirmaram o contato entre os dois delegados. Porém, afirmaram que o ex-secretário não ameaçou e não propôs confronto contra Stringuetta, que é apontado como quem propôs a briga. Por fim, lembraram que as medidas restritivas impostas pela justiça não impedem que Rogers Jarbas fale com Stringuetta.
 
Curiosamente, no mesmo dia, a delegada Ana Cristina Feldner, que era responsável por comandar a investigação dos grampos ilegais que teriam ocorrido em Mato Grosso, registrou um boletim de ocorrências (BO) contra a procuradora da República Samira Engel Domingues, esposa do ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas. Segundo a denúncia, ela teria ameaçado e agredido a policial em um condomínio de luxo, localizado no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.
 
Feldner foi a responsável por conduzir as investigações sobre os grampos ilegais que teriam ocorrido em Mato Grosso. Entre os investigados está o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, acusado de tentar atrapalhar os trabalhos. Ele chegou a ser preso por decisão do desembargador Orlando Perri, na ‘Operação Esdras’. Porém, acabou solto depois por decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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