Imprimir

Notícias / Política MT

Fagundes garante que não vai usar prisões de parentes contra Taques na campanha

Da Redação - Érika Oliveira

O senador Wellington Fagundes (PR), pré-candidato ao Governo de Mato Grosso, garantiu que não irá utilizar as prisões de familiares do governador Pedro Taques (PSDB) em uma eventual disputa contra o tucano, durante a campanha deste ano.

Na semana passada, a pedido do Ministério Público, a Justiça determinou a prisão do ex-secretário chefe da Casa Civil e primo do governador, Paulo Taques, e de seu irmão, o advogado Pedro Jorge Zamar Taques, na segunda fase da ‘Operação Bereré’, denominada ‘Bônus’, que apura possível esquema de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso.

Leia mais:
Sávio prevê uso de operações contra Taques na eleição, mas promete resposta: "vamos rebater"

“Olha, eu não sei fazer política pisando nos outros. Eu sempre tenho dito que eu não sou homem de briga. Eu sou um homem de luta, que procuro trabalhar muito pra buscar os resultados disso. Eu acho que a população vota, e o voto é uma confiança. O trabalho é a melhor resposta. Então eu acho que questão de justiça cabe à Justiça resolver. Nós políticos temos que trabalhar, pensar para a frente, pensar no horizonte, trazer novas perspectivas para a população, essa historia de ficar com briguinha pessoal... Se alguém errar, vai pagar. E aí cabe à Justiça”, declarou Wellington Fagundes, uma semana após as prisões.

Responsável pelas articulações políticas do projeto de reeleição de Pedro Taques, o secretário de Governo Domingos Sávio crê na possibilidade de as prisões dos primos do governador serem aproveitadas durante a campanha, mas adiantou que caso isso aconteça, a resposta será dada à altura.

Pedro Taques, por sua vez, garantiu que não irá permitir que usem a prisão de seus primos para denegrir a imagem de sua família e afirmou que não teme a possibilidade de atrelarem seu nome ao caso. “Eu não tenho medo de julgamentos, eu não tenho medo de investigação, eu não tenho medo de absolutamente nada disso”, declarou o governador.

Prisões de Paulo Taques

Esta é a terceira prisão do ex-secretário Paulo Taques, mas a primeira envolvendo investigação em esquema de corrupção. Nas outras duas vezes o advogado teve a liberdade restringida no âmbito de apuração sobre o escândalo dos grampos ilegais operados em Mato Grosso, por núcleo da Polícia Militar.

Operação Bônus

O ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques e o deputado estadual Mauro Savi (DEM) foram presos em ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), na segunda fase da 'Operação Bereré', deflagrada na manhã desta quarta-feira (09). Além deles, outras quatro pessoas também tiveram mandados de prisão.

A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.

A 'Operação Bônus' é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.

Bereré

A ‘Bereré’ é desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame - um registro do Detran.

Na primeira fase, os mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho. O ex-deputado federal Pedro Henry também foi alvo na ocasião.

O governador Pedro Taques decretou a intervenção do Estado no contrato que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia firmado com a EIG Mercados para registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado. A empresa foi alvo da ‘Operação Bereré’ e é apontada como pivô do esquema que teria desviado R$ 27,7 milhões.
Imprimir