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Pedro Taques demite 30 em cargos indicados pelo PV e Oscar Bezerra assume diálogo por reconciliação

Da Redação - Ronaldo Pacheco / Da Reportagem - Érika Oliveira

Numa única canetada, o governador José Pedro Taques (PSDB) exonerou 30 servidores ocupantes de cargos comissionados por indicação do Partido Verde de Mato Grosso. Ele não digeriu a explicação sobre uma suposta reunião secreta de dirigentes do PV com o senador Wellington Fagundes (PR) e o ex-prefeito Chico Galindo (PTB).
 
Para corrigir o que seria um ‘simples mal entendido’, o deputado Oscar Bezerra (PV) foi incumbido de conversar com Taques e com o secretário Domingos Sávio Parreira, do Gabinete de Governo e Articulação Política.
 
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O mal-estar seria em razão de recente encontro do presidente regional do PV, José Roberto Stopa; vice-presente Aloízio Leite e deputado estadual Wancley Carvalho com Chico Galindo. Quando os verdes chegaram ao local marcado, teriam ficado surpresos com a presença de Wellington Fagundes, pré-candidato ao governo de Mato Grosso pela oposição.
 
“Houve um problema [de Taques] com a cúpula do PV. Aloizio, Stopa e deputado Wancley, houve um desentendimento que culminou com o episodio da exoneração dos 30 cargos do PV. Conversei com o secretário Domingos Sávio, coordenador político, porque precisamos rever isso”, argumentou Bezerra.
 
Oscar Bezerra recebeu a incumbência da Executiva do PV. “É importante mesmo, uma vez que o PV sempre foi aliado histórico do governador Pedro Taques, desde 2010. Então, não justifica qualquer melindre, mesmo que seja grave”, ponderou ele.
 
Os cargos exonerados são indicação do PV, já que os da ‘cota’ dos parlamentares foram preservados. “São cargos indicados pelo partido. Os meus não foram afetados. Foram exonerados mais de 30 cargos do PV. Creio que isso aí se resolve. É tudo questão de conversar. Ontem conversei com Aloizio, com Stopa e com Wancley.  E eles deliberaram para eu conversar com o governo e intermediar o dialogo com o governador, para resolver a situação”, sintetizou o parlamentar do PV.
 
O histórico de companheirismo do PV com Pedro Taques, desde a construção do movimento Mato Grosso Muito Mais, antes de 2010, deve ser levado em consideração. “Se a gente sempre foi companheiro não justifica, neste momento, fazer qualquer tipo de rompimento”, ponderou ele.
 
A experiência de Bezerra como prefeito de Juara o faz entender a situação do Palácio Paiaguás. “Normalmente não dá para contentar todo o mundo. Eu fui prefeito e sei disso. E o governador, por suas limitações, acaba não atendendo conforme o combinado, conforme a demanda. Isso vai gerando estresse. É natural esse processo”, citou o deputado do PV.
 
“O que precisa de ambos os lados é ter serenidade e ao mesmo tempo responsabilidade, porque vivemos numa conjuntura de apoios que precisa ser preservada, até porque tem eleição se avizinhando. E o PV sempre esteve em aliança com Pedro Taques”, complementou Oscar Bezerra.
 
A reportagem do Olhar Direto apurou que Domingos Sávio só vai reabrir o diálogo como PV quando tiver aval de Taques. Ele  não atendeu nem retornou às ligações da reportagem. Embora esteja distante da articulação política, o secretário-chefe da Casa Civil, Júlio Cezar Modesto, responsável por nomeações e demissões no governo, também não atendeu.  
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