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Por falta de oxigênio no cérebro, menina indígena enterrada viva pode ficar com sequelas

Da Redação - Vinicius Mendes

O diretor da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, Antônio Preza, afirmou que a criança indígena recém-nascida, resgatada após ser enterrada viva pela bisavó em Canarana (a 879 km de Cuiabá) na última terça-feira (5), pode ficar com sequelas em razão da falta de oxigenação no cérebro durante o período que ficou enterrada. Ela foi transferida para Cuiabá na noite desta quarta-feira (6) e diagnosticada com anoxia cerebral e infecção generalizada. No entanto, no momento não há risco de morte.
 
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A menina está sendo acompanhada pela Casa de Saúde Indígena (CASAI) de Cuiabá. Ela foi transferida por transporte aéreo e veio sozinha com a equipe médica na noite de ontem (6). Nenhum familiar a acompanha.

Preza disse que a menina ainda está na UTI e foi diagnosticada com anoxia cerebral, quando há falta de oxigênio no cérebro, e infecção generalizada. Porém, ele afirma que o quadro dela ainda é estável, não correndo risco de morte no momento. Um boletim médico atualizado deve ser finalizado ainda hoje.

“Foi diagnosticada com anoxia cerebral, com falta de oxigênio no cérebro, mas o mais agudo é infecção generalizada. Ela pode ficar com sequelas, mas só vamos saber com a evolução do quadro. Vamos ter que esperar pelo menos 48 horas para ver como ela responde”.

A Santa Casa afirmou que tem dado todo o suporte à menina, mas disse que recebe as doações de quem se sentir sensibilizado com a história. Para doar é necessário procurar o setor de doações do hospital e identificar que é para a menina indígena, já que ela ainda não foi registrada e não possui nome.
 
O caso
 
Uma criança indígena recém-nascida foi enterrada viva, na última terça-feira (05), e resgata por equipes das polícias Civil e Militar. O fato foi registrado na cidade de Caranana (879 quilômetros de Cuiabá).
 
A Polícia Civil descobriu que a bisavó da criança foi quem cortou o cordão umbilical e a enterrou. Segundo a família, todos acreditaram que ela estava morta.
 
Conduzidas à delegacia para esclarecimentos, a mãe da criança (adolescente de 15 anos) e a avó do bebê contaram que a jovem sentiu fortes dores (contrações) e foi ao banheiro sozinha, momento em que deu a luz a menina. Ao nascer, a criança teria batido a cabeça no vaso sanitário, ocasionando sangramento.
 
Depois, a bisavó da criança cortou o cordão umbilical do bebê e também foi a responsável por enterrar a recém-nascida, conforme as investigações. Kutz Amin, de 57 anos alegou que a criança não chorou e por isso acreditou que estivesse morta e segundo costume de sua comunidade enterrou o corpo no quintal, sem acionar os órgãos oficiais. A mulher deve responder por tentativa de homicídio.
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