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“Não adianta ter o RDC pronto sem a empresa para operar o VLT”, afirma secretário

Da Redação - Wesley Santiago

“Não adianta ter o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) sem a empresa para operar”. A avaliação é do secretário-adjunto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), José Picolli, que participa ativamente da nova licitação para a implantação do novo modal em Cuiabá e Várzea Grande. Ainda não há um prazo para que tudo fique pronto. O engenheiro ainda comenta que testes serão necessários na medida em que as obras avancem.

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“Ainda faltam alguns detalhes. Depende de muitas coisas, determinados trabalhos para complementar o edital. Temos que ter o foco na operação. Em paralelo ao RDC, estamos buscando empresas interessadas em tocar, operar o modal. Tenho quase seis quilômetros de linha, para chegar até a Praça Bispo eu estimo de dez a doze meses. Se eu começar no mês que vem, até o mesmo período de 2019 tenho os trens para rodar, mas ninguém para operar”, disse em entrevista ao Olhar Direto.
 
Picolli ainda explica que, junto com estes dois desafios, é preciso também lançar o edital para a supervisão da construção. Isso para evitar que os mesmo problemas da gestão passadas se repitam. Vale lembrar que a empresa que deveria fiscalizar os trabalhos só foi contratada após dez meses de iniciado o projeto.
 
O secretário também comentou que “temos de fazer testes dinâmicos nas 40 unidades. Os trens vão rodar em um período de duas a três horas por dia durante os testes operacionais. Nisto, você já aproveita para treinar o pessoal e verificar o estado dos trens. A medida que terminamos um trecho, estação, vamos fazendo os testes”.
 
Para terminar os 45% que faltam para concluir o VLT, o Executivo decidiu realizar um novo edital, na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação (RDC), para que seja contratada uma empresa ou um conjunto delas (consórcio).
 
VLT
 
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes – quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT paralisou as obras em dezembro de 2014.
 
Após a posse, o governador Pedro Taques determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.
 
Em fins de 2015, por determinação do juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em R$ 1,447 bilhão.
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