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Notícias / Educação

Alunos do Colégio Maxi participam de palestra contra uso de drogas na adolescência

Da Redação

Alunos do Ensino Médio do Colégio Maxi, em Cuiabá, participaram de um bate-papo sobre as consequências do uso de drogas lícitas e ilícitas. A atividade faz parte de um programa desenvolvido pela instituição chamado “Rumo Certo”, cujo objetivo é tornar os jovens mais conscientes quanto à importância de estabelecer uma rotina de vida saudável e do papel de protagonistas na transformação de suas realidades, e da definição de seu futuro.

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A adoção do programa adveio da identificação, por parte de educadores e dirigentes, e da necessidade de apoiar os pais e as famílias no processo de orientação dos filhos durante a delicada fase da adolescência. Segundo a orientadora educacional, Jaqueline de Vecchi Seviero, os jovens estão vulneráveis a desenvolver hábitos ou tomar decisões que podem prejudicar suas vidas, seja nos relacionamentos, estudos ou futuro profissional.

Os exemplos são muitos, ela lembra. Vão desde a sexualidade precoce até o uso de bebidas alcoólicas e outras drogas, passando pela má alimentação. A palestra, uma das dezenas já realizadas dentro do programa, trouxe o tema que é justamente uma das maiores preocupações da sociedade atual, o consumo de drogas na adolescência. Há um crescimento no uso precoce do álcool, que apesar de ser uma droga lícita, é prejudicial ao desenvolvimento deles. Além, claro, de ser proibida para menores de 18 anos no país.

O professor Luiz Eduardo Saragiotto, que conduziu o bate-papo, lembra que se trata também de uma questão cultural muito forte no Brasil, o que demanda estratégias bem elaboradas para tratamento do assunto com os jovens. Segundo o educador, impor comportamentos a eles geralmente não é uma forma eficiente. “O papel deve ser o de dar as mãos a eles e mostrar que existem riscos. Muitos acabam acessando essas drogas achando que são inofensivas, que não fazem mal algum. Então, o ideal é o esclarecimento desses adolescentes”, frisa. Pessoas bem informadas conseguem tomar decisões mais acertadas, acrescenta.

Saragiotto considera muito importante também promover o autoconhecimento e trabalhar a aceitação. “Muitos deles, para poder se sentir aceitos no grupo, acabam se submetendo ao contato com a bebida alcoólica ou com o abuso da bebida”, exemplifica. “Se a pessoa começar a se aceitar melhor, melhorar a qualidade das relações dela, o desejo por ter o álcool ou outra droga como companheiro vai diminuir”, sugere o educador.

Parceria escola/família é importante

Jaqueline explica que ações como o Rumo Certo ampliam o espaço de diálogo não só com os alunos, mas também com as famílias. A escola acabou se tornando uma coadjuvante na formação de jovens e adolescentes por conta da vida atribulada dos pais, da falta de tempo ou mesmo da falta de interesse. “É preciso que os pais entendam que somos parceiros na formação dos jovens e que as ações da escola só alcançarão o sucesso desejado se a família tiver uma ação mais cuidadosa e preventiva em relação à vida social dos seus filhos”, alerta a orientadora educacional.

“A gente tem que ter a família como parceira porque a escola sozinha não tem condições de fazer isso. Os pais precisam entender que uma festa de 15 anos não dá para regar com bebida alcoólica. Nós acreditamos que, se a família se transformar num parceiro mais forte, dizendo às vezes mais não do que sim, isso também vai promover grandes avanços”, reforça Saragiotto.

A participação dos pais, segundo o educador, não deve se restringir ao ambiente familiar. É preciso que eles tenham uma maior participação da formação e na construção de conhecimento dos jovens dentro da escola. Nesse sentido, Saragiotto cita como exemplo as “Rodas de Leitura” que são realizadas no Colégio Maxi aos sábados com a participação das famílias, sob a coordenação da direção. Elas ocorrem com base em obras que versam sobre questões ligadas à adolescência e juventude, como o livro “O Cérebro Adolescente” (Editora Intrínseca), de Frances E. Jensen e Amy Ellis Nutt, exemplifica.

Jovens aprovam iniciativa
 
Entre os jovens fica evidente que há uma necessidade de informação. Apesar de o consumo de álcool e outras drogas ser assunto corrente entre eles, há muita dúvida. “Achei legal, porque conscientiza bastante os alunos e ajuda a saber mais sobre drogas e essas coisas”, opina o estudante Júlio Vitor, um dos estudantes do 1º ano do Ensino Médio presentes no bate-papo. “Me chamaram atenção algumas drogas que eu não conhecia e não sabia o que causavam. Têm umas bem perigosas e pode acontecer muita coisa ruim”, reconhece.
 
A estudante Maria Eduarda Moura, também do 1º ano do Ensino Médio, reforçou a necessidade pelo que tem visto em seu dia a dia. “Acho muito interessante trazerem isso para gente, porque muitos não têm noção do que estão ingerindo. A escola trazer isso para conscientizar, para auxiliar a gente é muito legal”, elogia a jovem que garante nunca ter usado qualquer tipo de droga, mas tem consciência de que há muitos na mesma idade que fazem uso regular. “É uma coisa que a gente vai levar para a vida, as consequências”, avisa.
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