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Galli afirma que suposto caixa 2 de Selma ficaria feio até para Bolsonaro; conselho pode avaliar expulsão

Da Redação - Lucas Bólico

O deputado federal Victório Galli (PSL) defendeu o direito à ampla defesa da juíza aposentada Selma Arruda (PSL), denunciada por suposto “caixa 2” na campanha ao Senado, e afirmou que em caso de comprovação de irregularidades, o caso afetaria até mesmo a imagem do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), cujo nome tem sido muito usado na campanha de Selma

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Não tem nada ainda comprovado, inclusive ela tem o direito a ampla defesa, mas se isso acontecer, vai ficar muito feio para a gente, inclusive para Bolsonaro, porque ela se intitula ‘senadora de Bolsonaro’ e usando essa pratica, que não é permitida pelas leis eleitorais e se isso for comprovado, claro que a gente vai ter que trabalhar o Conselho de Ética para ver como é que fica no final dessa situação”, afirmou Galli, em entrevista concedida ao Olhar Direto.
 
Questionado sobre a possibilidade de expulsão de Selma da agremiação, caso comprovadas as denúncias, o parlamentar, que é presidente do PSL em Mato Grosso, afirmou que a Comissão de Ética da legenda é que deverá tomar a decisão, amparada pelo diretório nacional. “Isso quem vai fazer analise é o Conselho de Ética, claro, vinculado com a nacional do partido”, finalizou.

O deputado federal ainda acusou a juíza aposentada trazer problemas ao PSL, por uma sequência de declarações que feriram as diretrizes partidárias. “A Selma trouxer mais divergência para o partido do que liga. Primeiro, no primeiro dia que nós declaramos nossa coligação com o Pedro Taques ela foi numa mídia e ela disse que votando nela não interessava votar em outras pessoas, nem o Pedro, nem no Leitão e assim por diante. Então ela é muito individualista nesse sentido. Outra coisa que ela disse, logo em seguida, e ai foi aquela chuva de fogo pra lá, eu jogando água pra cá pra apagar incêndio e depois de quatro ou cinco dias outra mídia que ela deixou pedindo voto para o Psol, para o Procurador Mauro, dizendo que ela e o Procurador Mauro são ficha limpa, tudo bem, tem que ser ficha limpa mesmo e ela tem o mesmo perfil do Mauro, então poderia votar no 500 e votar no 170 no segundo voto. Então isso causa divergência para a gente, nesse sentido. Acho que a gente tem que pedir voto para quem está na coligação, agora quem decide voto é o eleitor”, declarou.
 
De acordo com Galli, foi Selma quem conduziu o partido para uma aliança com Pedro Taques, para garantir sua vaga na disputa ao Senado. O deputado federal sustenta que os candidatos proporcionais do PSL estariam em uma condição muito mais favorável para vencer as eleições se estivessem coligados com Mauro Mendes (DEM). Galli ainda avalia que o posicionamento de Selma de conduzir o partido para se coligar com Taques e depois romper unilateralmente a parceria política prejudicou a todos.
 
“Não sei se isso já estava programado no plano dela para dar Ibope, ela chutar o balde e ficar sozinha nesse sentido, porque isso prejudicou todos nós. Prejudicou Nilson Leitão, prejudicou o Pedro, prejudicou a chapa estadual, a chapa federal e isso só foi fato negativo para a gente”, avaliou. 

O deputado federal também comentou um vídeo em que foi criticado pelo ex-prefeito de Sorriso Dilceu Rossato (PSL), que chegou a ensaiar uma candidatura ao Governo do Estado nesta eleição. Galli sustenta que foi escolhido por Bolsonaro para liderar o PSL em Mato Grosso, mas que não foi ele quem definiu a aliança do partido.
 
“O Rossato eu conheço faz tempo e inclusive coloquei emendas no município de Sorriso quando ele era prefeito e eu estava muito bem lá no PSC e eu só sai do PSC a convite do Bolsonaro. Então eu não vim para o PSC de qualquer jeito, eu vim a convite do Bolsonaro e assumi a presidência do partido no estado de Mato Grosso. O Bolsonaro era do PSC e ele fez uma pesquisa no estado de Mato Grosso e graças eu não sou delatado e não tenho problema nenhum com a justiça em relação a corrupção e ele me convidou então para que viesse ao partido para acompanhá-lo. Eu recebi, então, anuência do presidente do PSC pra apoiar ele em mas estando no PSC, mas o Bolsonaro me pediu: ‘Victório, eu não quero assim, quero que você fique comigo, no partido para nós andarmos juntos. Você é da minha confiança e quero que você assuma o partido lá em Mato Grosso”, lembra Galli.
 
“O Rossato já estava sendo trabalhado para ser candidato a governador, tinha uma chapa pura para estadual, tinha um bom quadro pra federal e tinha o alinhamento da Selma também vir para o partido. Eu respeitei tudo isso e o Rossato não teve condições de tocar a campanha de governador pra frente e usou meu nome para sair da chuva e usou meu nome dizendo que eu levei o grupo para o Pedro Taques. Não foi nada disso. Quem de fato foi o carro chefe pra o PSL estar hoje com o Pedro Taques foi a Selma Arruda”, afirma.
 
Galli afima que a aliança com PT e PCdoB inviabilizou uma coligação com Wellington Fagundes, mas alega que o PSL podia estar hoje na chapa do Democratas. “No Mauro Mendes (DEM) não deu certo porque já tava fechada a chapa pra senador e a Selma não aceitava ser deputada nem federal ou estadual, ela queria ser senadora. Então como eu trabalho o conjunto e eu não olho para o meu umbigo, eu fui com ela, conversei com o Pedro Taques e o Pedro Taques deu para nós a chapa pura para estadual, para federal, palanque pra Bolsonaro e a vaga pra ela. Inclusive, Pedro Taques rifou o [Adilton] Sachettii. O Sachetti era pra ser senador lá. O Pedro Taques convidou a Selma para ser vice-governadora e ela não aceitou e o Sachetti vendo que o Pedro preferiu a Selma, então ele deixou o grupo e foi se ajustar com senador Wellington Fagundes”, narra.
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