Greve dos caminhoneiros parou MT, provocou histeria coletiva e terminou com confronto em rodovia; relembre
Da Redação - Fabiana Mendes
Com a reinvindicação da redução no valor do Diesel, a greve dos caminhoneiros durou cerca dez dias e causou escassez de combustíveis, elevou o preço dos alimentos e fez várias pessoas irem às ruas pedindo, entre outras coisas, intervenção militar. No nono dia de manifestação, o Exército Brasileiro e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) precisaram usar a força para desobstruir a entrada de Cuiabá, na BR-364. Balas de borracha e bombas de efeito moral foram usadas para dispersar caminhoneiros que estavam trancando a passagem de veículos.
Relembre os principais acontecimentos do movimento:
Em razão da greve e o consequente bloqueio nas bases de distribuição, o abastecimento nos postos ficou comprometido. Com a falta de produto em alguns estabelecimentos, os usuários passaram a procurar outros.
A greve também atingiu em cheio os feirantes do Mercado do Porto. Com mercadorias mais caras na distribuidora, muitos tiveram até mesmo que comprar estoque no supermercado. Algumas barracas tiveram que fechar.
As distribuidoras de gás dos municípios mato-grossenses também sofreram com a greve. Enquanto alguns comerciantes estimam prejuízo de 70% das vendas, outros se aproveitam da demanda para alavancar os preços. Foi possível encontrar em Cuiabá a unidade do botijão sendo vendida a R$ 190.
O movimento também ganhou apoio dos motoristas de aplicativo. Eles se uniram na Avenida Miguel Sutil, na altura da Ponte Nova, em Cuiabá, contra o aumento de combustível.
Imagens exclusivas registradas por Rogério Florentino Pereira, repórter fotográfico do Olhar Direto, mostram o momento em que o confronto aconteceu no 9º dia de manifestação. Instantes antes da intervenção das forças armadas, caminhoneiros que tentavam deixar os pontos de protestos vinham sendo hostilizados e até mesmo apedrejados por outros manifestantes infiltrados, que não aceitavam o acordo do Governo Federal.
Um dos representantes do grupo de caminhoneiros, Gilson Baitaca (Movimento dos Transportadores de Grãos - Mato Grosso), afirmou que todas as propostas da categoria foram cumpridas pelo presidente Michel Temer e que o acordo foi fechado. Porém, afirmou que existe uma ala que pede a derrubada do peemedebista e, por conta disto, eles ainda continuaram a manifestar nas rodovias de todo o país.
A Petrobrás anunciou reajuste no preço da gasolina nas refinarias. Segundo a estatal, o combustível tipo A subiria de R$ 1,9526 para R$ 1,9671 (valor sem tributos), o que equivale um reajuste de 0,74%. O anúncio foi feito no dia em que a paralisação completou dez dias e começou a perder força, por conta das desobstruções feitas pelas forças de segurança.
No décimo dia da greve, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Mato Grosso (Sindmat), Eleus Vieira de Amorim, pediu que os caminhoneiros autônomos finalizassem a greve. “O Sindmat vem solicitar a categoria de transportadores autônomos de cargas que encerre o protesto que se iniciou na data de 21 de maio de 2018. Entendemos que o Governo Federal cedeu aos pedidos efetuados pela CNTA, e não vemos mais motivos para a continuidade deste protesto”, diz trecho da nota.