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Festival dos 300 anos pode prejudicar gramado da Arena Pantanal para finais do MT e estreia do Brasileirão

Da Redação - Wesley Santiago

A Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) e os clubes do Estado temem que a realização do Festival 300 anos, que deve ser realizado na Arena Pantanal, em Cuiabá, prejudique o gramado da praça esportiva. Ao todo, seriam dez dias sem que a grama recebesse os cuidados adequados. Neste período, acontecem as finais do Campeonato Mato-grossense de 2019 e a estreia do Cuiabá na segunda divisão do Campeonato Brasileiro. A Prefeitura de Cuiabá informou que buscou os melhores equipamentos para trazer os menores impactos possíveis. 

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“Nós conversamos com o governo e nos disseram que ainda não tem nada definido deste festival ser realizado no local. De antemão, ficamos preocupados por conta da situação do gramado. Hoje, a Arena Pantanal é multiuso, porém, o gramado não tem estas condições. Está próximo de receber a série B pela primeira vez”, disse o diretor de competições da FMF, Diogo Carvalho, ao Olhar Direto.
 
Diogo ainda acrescenta que o festival acontecendo 20 dias antes do início da Série B é bastante preocupante. “Sabemos que este gramado requer cuidado especial. Se a gente pensar, serão três dias de evento, mais a montagem e desmontagem, vão dar quase dez dias sem o gramado respirar, ter os cuidados necessários para receber as finais do mato-grossense e a abertura do Brasileirão”.
 
O diretor de competições ainda comenta que, mesmo com a plataforma que é colocada em cima do gramado, o gramado acaba sofrendo, já que não recebe luz do sol, irrigação ou aplicação de adubo. “Existem outros lugares que podem receber este grande evento. Tem a Orla do Porto, Parque das Águas, Tem tanto lugar e o nosso esporte está em um momento tão bom. Isto poderia comprometer e muito. Isso sem contar exposição negativa que trará na imprensa nacional”.
 
O vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, também endossa as reclamações. “Acho totalmente descabido a realização deste evento dentro da arena. Querem montar um palco no centro do gramado, colocar um camarote lá dentro. Lutamos tanto para chegar na Série B. é uma competição que nunca disputamos. Tem mais de 30 anos que não tem um competição deste nível aqui. A realização deste evento, para o gramado da Arena é terrível. Vai destruir o campo”.
 
“Estamos muito preocupados. Esperamos que o governo não libere o estádio. Tem outros lugares que tem condição de fazer este evento. Até o entorno da Arena poderia ser usado, mas dentro não tem porque. Está provado que o gramado não suporta”, completou o dirigente do Cuiabá.

Outro lado

A Prefeitura de Cuiabá informou que a Arena Pantanal foi construída com conceito multiuso, planejado para abrigar diversos tipos de eventos e recebe todo cuidado na garantia da preservação de sua estrutura. Além disto, pontuou que tudo está sendo preparado para que não haja impacto no gramado e que serão utilizados equipamentos de última geração. (leia a íntegra da nota no fim da matéria)

Problemas

Em maio do ano passado, o gramado da Arena Pantanal ficou parcialmente prejudicado após o festival de eletrônico (Só Track Boa) que aconteceu no estádio mato-grossense. A situação gerou grande reclamação de dirigentes do Cuiabá Esporte Clube. 
 
O aniversário de Cuiabá, que acontece em 8 de abril, será comemorado em um festival, com atrações regionais e nacionais, parque de diversão, praça de alimentação e celebração ecumênica, dentro da Arena Pantanal. O ‘Festival +300’, como foi batizado, está programado para ser realizado todos os anos, na mesma data.
 
De acordo com a assessoria, o evento acontecerá neste ano entre os dias 6 e 8 de abril (sábado a segunda-feira), entre as 18h e as 3h da madrugada, e será custeado 100% pela iniciativa privada, sem nenhum recurso público. São esperadas cerca de 40 mil pessoas em cada dia de comemoração.

Confira a íntegra da nota da prefeitura:

Construída com um conceito multiuso, a Arena Pantanal foi escolhida pela Prefeitura de Cuiabá para sediar o Festival 300 Anos. O espaço foi planejado para abrigar diversos tipos de eventos e recebe todo cuidado na garantia da preservação de sua estrutura. Uma das preocupações do Município é assegurar que, após os três dias de festividade (06, 07 e 08 de abril), o gramado continue em bom estado de uso, para as competições esportivas também já programadas.

Para isso, o Município foi buscar no mercado aquilo que há de melhor em pisos de proteção. Após debates e analises sobre a melhora alternativa para evitar danos ao gramado, a organização optou pela utilização do Easy Floor Plus. O material é moldado em plástico polipropileno de alta resistência e impacto. Além disso, possui estrutura antiderrapante, proteção antichamas, ranhuras para ventilação e fotossíntese do gramado, bem como permite a troca de umidade com o meio ambiente.

“Serão 8 mil metros de proteção, montados por uma equipe com aproximadamente 30 trabalhadores. A nossa ideia sempre foi garantir o sucesso nessa celebração especial para Cuiabá. Portanto, entendemos que para alcançar esse objetivo a parte estrutural é um ponto fundamental. E, quando falamos da estrutura, pensamos não somente na melhor forma de aproveitar a área oferecida, mas também na preservação da mesma”, destaca o secretário de Inovação e Comunicação, Júnior Leite.

De acordo com a fornecedora exclusiva do piso no Brasil, as especificidades são suficientes para assegurar uma preservação por até sete dias de evento. Segundo a companhia, o material também é de fácil manuseamento, levando pouco mais de 3 a 4 horas, tanto para a montagem quanto para a desmontagem. Outro importante ponto é que o material permite que, dois dias depois do evento, o campo possa ser utilizado para partidas de futebol, sem prejuízo nas condições adequadas para a prática esportiva.

“Desde 2005 trabalhamos com esse tipo de piso, fazendo uma média de 30 mil metros montados por mês. Atuamos, por exemplo, nos shows realizados no Maracanã, Allianz Parque, Beira-Rio, Grêmio Arena e Nilton Santos. É obvio que o gramado perde um pouco da coloração, mais isso não significa que a vegetação esteja morta. Além disso, em cerca de três dias o gramado retoma sua cor natural”, explica o gerente comercial da Caprimar Transportes e Eventos, Felipe Campos.
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