Em Mato Grosso existem 877 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 297 em hospitais públicos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e 580 nos hospitais particulares. Isso representa apenas 2,62% para 10 mil habitantes do Estado. Dentre elas, a Unidade de Terapia Intensiva do Complexo Hospitalar de Cuiabá (CHC), que oferece atualmente 33 leitos e possui taxa de mortalidade abaixo da média nacional.
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Adentrar em uma UTI na maioria das vezes gera uma série de dúvidas e preocupações para os familiares e acompanhantes. Para monitorar e acompanhar os pacientes nas UTIs, avalia-se constantemente os parâmetros vitais como frequência cardíaca, pressão arterial, oxigenação e entre outros passando a mensurar a evolução do estado clínico do paciente, controlando consequentemente as taxas de mortalidade do setor.
A avaliação das UTIs por meio da taxa de mortalidade das unidades é respaldada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), através da Resolução RDC 07/2010, documento este que estabelece normas de funcionamento e também do controle de qualidade de uma UTI. A avaliação do serviço fornecido é necessária para mensurar e evidenciar a qualidade do atendimento multiprofissional prestado na unidade.
De acordo com o Dr. Carlos José Alves, médico intensivista da UTI do Complexo Hospitalar de Cuiabá (CHC), considerada uma das maiores unidades da capital mato-grossense, muitos são os critérios utilizados para avaliar a qualidade do atendimento nas UTIs, e a taxa de mortalidade é uma delas. Entretanto, para confirmar se o índice está dentro do esperado, é necessário analisar o índice de mortes pela razão de mortalidade padronizada (SMR, do inglês Standardized Mortality Ratio).
“A maneira para comprovar se os nossos índices estão bons ou não é compará-los com a literatura. São avaliados o prognóstico de cada paciente ao dar entrada na unidade, riscos de óbito, etc. Pela tabela APACHE indicava que nas condições médicas que os pacientes chegaram na UTI, 16,33% dos deveriam ir a óbito enquanto tivemos de fato, apenas 12,26%”, afirma.
Apache é um sistema de classificação e estimativa de mortalidade. O índice SMR é alcançado por meio de uma equação entre a porcentagem esperada pelo índice e a atingida na unidade. A taxa é considerada positiva quando encontra-se igual ou abaixo de 1,0.
A coordenadora de enfermagem da UTI do CHC, Elaine Barbosa, afirma que mesmo com pacientes considerados graves pela classificação, a mortalidade é baixa. “O perfil da maioria dos pacientes da nossa UTI, recebem pontuação elevada, ou seja, alto risco de óbito. E mesmo assim, falecem menos pacientes do que é esperado”, confirma.
O Registro Nacional de Terapia Intensiva – UTIs Brasileiras monitora quase 2 mil unidades de terapia intensiva em todo o Brasil, e de acordo com a métrica já de 2019, o CHC continua abaixo da média nacional.
“Em outro índice o SAPS 3, a métrica nacional do registro das UTIs Brasileiras apresenta SMR em 2019 de 1,05 e já na UTI do CHC a taxa é de 0,96, mais uma vez abaixo do nível nacional”, completa dr. Carlos.