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Primo de Alan Malouf confirma que empresário mentiu em delação ao dizer que foi ameaçado por Brustolin

Da Redação - Vinicius Mendes

O empresário Mário Mansur Bumlai Junior afirmou que seu primo, o empresário Alan Malouf, mentiu em delação premiada ao dizer que teria sido ameaçado pelo ex-secretário de Fazenda Paulo Brustolin, em um encontro ocorrido em 2017. Segundo Mário Mansur, foi ele quem promoveu o encontro com a intenção de reatar a amizade de Malouf e Brustolin.

Ele registrou em cartório um documento reforçando que a conversa entre os dois foi amigável. Brustolin também já havia registrado um documento em cartório afirmando que Malouf mentiu em sua delação.
 
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O documento no qual Mário Mansur descreve o encontro entre Alan Malouf e Paulo Brustolin em dezembro de 2017 foi registrado em um cartório de Cuiabá, em novembro de 2018. O empresário narra que é primo de Malouf e amigo de Brustolin e pensou em conciliá-los, após saber que a amizade entre os dois estava abalada.
 
Em sua delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Malouf acusou o ex-secretário de Fazenda Paulo Brustolin de tê-lo ameaçado durante o encontro ocorrido em dezembro de 2017. Mário Mansur, no entanto, desmentiu a versão de Malouf.
 
“Quero frisar que, durante todo o tempo que permanecemos no veículo, não presenciei nenhuma intimidação do sr. Paulo Brustolin em relação a Alan Malouf ou sua família. Jamais vi o Paulo fazer qualquer ameaça a Alan. Pelo contrário, o que sempre existiu e o que vi no dia do referido encontro foi uma relação de respeito entre ambos”, disse o empresário no documento registrado em cartório.
 
Mário Mansur narrou que no dia do encontro foi até a residência de Alan Malouf e o convidou a ir visitar uma área na região do bairro Sucuri, pois sabia que Brustolin estaria no local para olhar o espaço onde seria construído um novo complexo hospitalar, o qual o ex-secretário foi, inclusive, convidado para ser diretor.
 
Ao chegar ao local, Mário chamou o ex-secretário para entrar no carro e ele, ao perceber a presença de Alan, ficou surpreso, indagando sobre o que estava acontecendo. “Era amigo de ambos e queria que eles conversassem [...] gostava dos dois e queria vê-los conversando novamente”, narra Mário.
 
Eles teriam circulado por cerca de 20 a 30 minutos. Segundo Mario, a conversa foi sobre diversos assuntos, sendo que em nenhum momento houve diálogo de cunho intimidador ou em tom de ameaça entre eles. “O que houve foi uma conversa sobre a amizade que existia e também da situação do Estado naquele momento”.
 
Ficou magoado
 
O ex-secretário estadual de Fazenda, Paulo Brustolin, afirmou que o empresário Alan Malouf deu informações falsas na delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em documento registrado em cartório, Brustolin disse que Malouf o procurava quando queria ter contato com o ex-secretário de Segurança Pública Fábio Galindo e que o empresário teria ficado magoado quando Galindo se negou a ajudá-lo na tentativa de delação junto ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
 
Brustolin relata que, depois que Galindo saiu do Governo e foi morar em Brasília, em 2016, manteve contato com ele. Segundo ele, Alan Malouf sabia deste contato e por isso lhe procurava.
 
Brustolin teria promovido um encontro entre os dois, que teria ocorrido em um apartamento no bairro Goiabeiras, em Cuiabá, e entre outros assuntos teriam falado sobre a Seduc. Na ocasião Malouf disse que tinha medo de ser envolvido injustamente na operação que prendeu Permínio, alegando ser inocente.

O motivo do medo seria porque um dos empresários com contrato com a Seduc era casado com sua prima (Giovana Guizardi). Fábio Galindo então teria o orientado para que se apresentasse e esclarecesse os fatos.
 
Meses depois Malouf andava angustiado e teria pedido um novo encontro com Galindo, que já havia se recusado a advogar para Malouf. A princípio Fábio se recusou a se encontrar com Alan, mas após muita insistência do próprio Brustolin, que disse que Malouf estava sozinho e angustiado, mas querendo fazer a coisa certa, Fábio teria recebido o empresário em Brasília para um café, em um local público, já mais para o final do ano. Malouf não teria ficado satisfeito com o desfecho do encontro e teria feito ameaças.
 
Brustolin então disse que pode afirmar com certeza que Alan Malouf “manipulou completamente a verdade em suas declarações” e disse acreditar que ficou magoado por Fábio não ter lhe ajudado com a delação junto ao Gaeco, que culminou na prisão de Malouf, “atribuindo a Fábio responsabilidade por isso”.
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