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Medeiros relaciona The Intercept a Jean Wyllys e pede investigação sobre suposta venda de mandato

Da Redação - Érika Oliveira

O deputado federal José Medeiros (Pode) solicitou a abertura de investigação sobre suposta venda de mandato do ex-deputado Jean Wyllys para seu então suplente, David Miranda, ambos do Psol. Em ofícios enviados à Procuradoria Geral da República (PGR) e à Polícia Federal, o parlamentar mato-grossense questiona o fato de Miranda ser casado com Glenn Greenwald, jornalista do site The Intercept Brasil e responsável pelo vazamento de mensagens atribuídas ao ministro Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato.

Deputado federal reeleito, Wyllys renunciou ao cargo no início do ano alegando sofrer ameaças de morte. A família do ex-deputado também teria sido alvo. Hoje Jean vive em exílio no exterior.

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“Tais fatos não me parecem ser mera coincidência do destino. O deputado Jean Wyllys se disse ameaçado, não tomou posse em seu mandato de deputado e o companheiro de seu substituto, senhor Glenn Greenwald, é editor do site “The Intercept” que publicou mensagens da Operação Lava Jato pretensamente obtidas através de um hacker. Tais ligações têm sido apontadas em diversas matérias e sites e causam enorme preocupação, pois colocam em risco a soberania nacional do nosso país, que pode estar sendo vítima de espionagem internacional, e o estado democrático de direito”, alega Medeiros, no pedido de abertura de investigação.

Nos ofícios, o deputado mato-grossense quer saber, ainda, se ocorreram transferências de recursos entre Greenwald e Wyllys. Medeiros fala em “invasão cibernética promovida e patrocinada por estrangeiros”. A Procuradoria e a PF ainda não se manifestaram sobre os documentos.

Vaza Jato

As mensagens atribuídas ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, ao procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, e demais procuradores da operação em Curitiba, foram publicadas pelo site The Intercept no último final de semana e seriam da época em que Moro era o juiz responsável pela Lava Jato no Paraná. Segundo site, o então magistrado orientou ações e cobrou novas operações dos procuradores que atuam na operação.

Segundo o site, as informações foram obtidas de uma fonte anônima. O site diz que procuradores, entre eles Deltan Dallagnol, trocaram mensagens com Moro sobre alguns assuntos investigados.

Conforme o Intercept, o então juiz Sérgio Moro orientou ações e cobrou novas operações dos procuradores. Em um dos diálogos, Moro pergunta a Dallagnol, segundo o site: "Não é muito tempo sem operação?". O chefe da força-tarefa concorda: "É, sim".
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