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Pesquisadores da UFMT descobrem nova espécie de macaco

Da Redação - Thaís Fávaro

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), composto pelo professor do Instituto de Biociências (IB), Rogério Rossi, do Campus Cuiabá e pelo professor Gustavo Canale, de Sinop (481 Km de Cuiabá), descobriram uma nova espécie de macaco durante uma expedição em Alta Floresta (792 Km de Cuiabá), para coleta de mamíferos em maio de 2014.

A nova espécie foi batizada de Plecturocebus grovesi, em homenagem ao professor britânico Colin Groves, considerado uma das maiores autoridades mundiais em taxonomia de primatas, falecido em 2017.

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A expedição ocorreu por meio do projeto "Marsupiais e pequenos roedores da Amazônia meridional: Uma reavaliação da diversidade taxonômica e genética do grupo em uma área integrante do arco de desmatamento no Brasil", financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).

A nova espécie faz parte de um grupo de macacos conhecidos popularmente como sauás ou zogue-zogues. Ela pode ser encontrada na região do Pantanal, ao Norte de Mato Grosso e em toda a região Amazônica. Com um tamanho próximo ao de um macaco-prego, porém mais peludo e com cores mais vistosas, costuma se alimentar de frutos e insetos e são conhecidos por serem barulhentos.
 
"Minha pesquisa é relacionada com áreas da Biologia que se propõem a descrever novas espécies e estudar as relações de parentesco entre as espécies. É uma área que utiliza as coleções zoológicas – coleção de exemplares de animais para estudo cientifico – então, com uma certa freqüência vamos à campo para realizar coletas científicas", explica o docente.

"Normalmente coletamos pequenos animais: roedores, marsupiais [gambás] e morcegos. Naquela expedição fiz parceria com alguns pesquisadores que têm interesse em primatas e coletamos alguns exemplares. Com base neles, percebemos que podíamos ter uma espécie nova de macaco", afirma.

Em seguida foram feitos estudos analisando a morfologia, características físicas do animal, e estudos genéticos. "A partir disso descobrimos que realmente se tratava de uma nova espécie, pois os resultados nos mostraram que os macacos coletados em Alta Floresta não pertenciam à nenhuma já descrita cientificamente", completa.

Além dos professores da UFMT, a equipe também foi composta por pesquisadores das Universidades Federais do Amazonas (UFAM), do Pará (UFPA), de Viçosa (UFV) e de Goiás (UFG); do Museu Paraense "Emílio Goeldi"; da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat); do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, além da Universidade de Salford, Institute for Society and Genetics, Global Wildlife Conservation, vinculado à University of California (UCLA) e e Stony Brook University.
 
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