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UFMT rebate ministro da Educação e diz que verba para pagar energia só foi liberada após o corte

Da Redação - Fabiana Mendes

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) rebateu o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que afirmou ter autorizado o repasse de R$ 4,5 milhões na última quinta-feira (11). Por meio de nota, a Universidade disse, no entanto, que a liberação só aconteceu na terça-feira (16), depois que houve contato com o Ministério da Educação (MEC), solicitando a liberação de recursos financeiros necessários para o pagamento da fatura de energia no valor aproximado de R$ 1,8 milhão.

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O corte no fornecimento da energia elétrica nos cinco campi que compõem a Universidade (Cuiabá, Várzea Grande, Araguaia, Rondonópolis e Sinop), além da Base de Pesquisa do Pantanal e Casa do Estudante, ocorreu por volta das 10 horas da manhã de terça-feira (16). Os alunos se desesperaram e correram contra o tempo para salvar os animais e pesquisas nos laboratórios. No entanto, no Laboratório de Biociências, por exemplo, várias espécies de peixes usadas em pesquisa morreram. Por volta das 17 horas, o fornecimento foi restabelecido.

O MEC, em nota, pontuou que Weintraub tomará as medidas cabíveis tanto administrativas como judiciais para a responsabilização dos envolvidos pela má gestão na UFMT. “O ministro tomou conhecimento da situação na última quinta-feira (11) quando chamou a reitora ao Ministério e autorizou o repasse de R$ 4,5 milhões para que a reitoria da UFMT, nomeada há três anos, quitasse a dívida das contas de luz com a concessionária de Mato Grosso”, diz trecho da nota.

No entanto, o posicionamento da UFMT diz que a liberação só ocorreu após o corte, quando imediatamente um responsável se dirigiu até à Energisa para demonstrar o pagamento da fatura pendente. Com isso, a Energisa comprometeu-se a efetuar a religação da energia elétrica, o que ocorreu no final da tarde.

Por meio de um vídeo publicado no Twitter do deputado federal, José Medeiros (Podemos), Abraham Weintraub disse que a reitora Myrian Serra havia sido indicada pela ex-presidente petista Dilma Rousseff. A professora assumiu a gestão em 2016 e deve permanecer até 2020.

 
Entretanto, ela teve a preferência da comunidade universitária, em consulta informal realizada, em abril do mesmo ano, pelas entidades representativas de professores, técnicos administrativos e estudantes, para assumir a Reitoria. Em junho, o Colégio Eleitoral Especial indicou a professora como primeira da lista tríplice encaminhada ao MEC. Acesse AQUI a regulamentação de eleição da UFMT.

O ministro disse ainda que ficou sabendo da dívida na semana passada, quando, segundo ele, houve a liberação de R$ 4,5 milhões. Conforme noticiado pelo Olhar Direto, no dia cinco, ou seja, há duas semanas, Myrian teria se encontrado com Weintraub. O encontro, além de discutir as contas da instituição, teria como objetivo pedir dinheiro para o pagamento da energia elétrica que poderia ser cortada no mesmo dia, conforme prazo dado pela Concessionária Energisa.
 
Entenda
 
A unidade sofre com o corte de orçamento desde 2014, quando houve a redução da verba de custeio, relacionada às obras e equipamentos do câmpus. No entanto, em março deste ano, o Governo Federal anunciou o bloqueio de 30% na educação superior, que representa R$ 34 milhões para a Universidade.
 
Em entrevista ao Olhar Direto, Myrian Serra adiantou que a UFMT poderia ficar sem os serviços básicos como água e luz, caso o bloqueio não fosse revisto em até 60 dias, situação que não aconteceu.
 
Em maio, Myrian chegou a participar de uma audiência em Brasília, com o ministro da Educação, para debater os impactos do corte no orçamento universitário e outras questões referentes à pasta. Na ocasião, estiveram presente a bancada de deputados federais e senadores de Mato Grosso, além de outros representantes de instituições públicas de ensino superior do estado.

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Encontro aconteceu no dia 29 de maio. Foto: Ministério da Educação. 

No dia 28 de junho, a UFMT informou que foi notificada pela empresa Energisa quanto à possibilidade de interrupção na prestação de serviços por falta de pagamento, mas que, em negociações, conseguiu o adiamento do prazo para a sexta-feira daquela semana. 
 
A UFMT oferece 113 cursos de graduação, sendo 108 presenciais e cinco na modalidade a distância (EaD), em 33 cidades mato-grossenses. São cinco Campus e 28 pólos de EaD. Na pós-graduação, são 66 programas de mestrado e doutorado. A instituição atende 25.435 mil estudantes, distribuídos em todas as regiões de Mato Grosso.
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