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Delegado é retirado de investigações dos grampos após ser fotografado com ex-secretário em churrasco

Da Redação - Wesley Santiago

O delegado Rafael Mendes Scatolon, que integrava a força-tarefa criada para investigar o esquema dos grampos ilegais ocorridos em Mato Grosso, deixará a equipe, após uma crise que se instalou com a revelação de uma foto em que ele aparece junto ao também delegado Gustavo Garcia, que seria um dos prováveis indiciados na mesma ação.

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Rafael Mendes Scatolon e Gustavo Garcia foram fotografados juntos em um churrasco entre amigos. O fato, inclusive, teria gerado um pedido interno de suspeição de Scatalon. Além dele, também estão no caso as delegadas Luciana Batista Canaverde e Jannira Laranjeira Siqueira Campos.
 
Agora, Scatalon – que estava lotado na Delegacia Regional de Pontes e Lacerda antes de assumir as investigações da grampolândia – deverá integrar a equipe da Delegacia Fazendária (Defaz).

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a decisão de realocação do delegado foi tomada pela Diretoria Geral da Polícia Civil, na quinta-feira (15), devido à carência de delegados na Delegacia Fazendária, após saída o delegado Marcelo Martins Torhacs, que foi para o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). 

A delegada Ana Cristina Feldner, que participou das investigações da grampolândia desde o ínicio, deverá retornar para finalizar os trabalhos junto as outras duas delegadas.
 
Na quinta-feira (15), o secretário de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante, afirmou que a amizade entre os delegados Rafael Mendes Scatolon e Gustavo Garcia não iria interferir no inquérito.
 
“Não acredito que tenha participação de forma positiva ou negativa. São delegados, companheiros, amigos, que podem ir em churrasco. O lado profissional fala mais alto. Qualquer delegado que esteja prejudicando o serviço em nome da amizade, responderá por isto. Não acredito que estes profissionais que estão investigando os grampos farão isto. Até porque, estão apurando uma questão de desvio”, disse o secretário.
 
As investigações apontaram que Gustavo Garcia teve participação na obtenção do depoimento da delegada Alana Cardoso, que contou ter sido constrangida em uma oitiva ilegal feita por Gustavo e pelo ex-secretário de segurança, Rogers Jarbas. O fato teria ocorrido no fim de maio do ano retrasado.
 
Gustavo teria feito várias ligações para a delegada. Segundo Alana, o discurso era de que ele queria reatar a amizade que tinha com ela. Porém, quando chegou, cabou sendo coagida a depor sobre os, de forma ilegal e sem nenhum procedimento instaurado. Isto leva a delegada a crer que o novo gestor da pasta foi primordial para a ida da policial até a secretaria.
 
Para convencer a delegada a ir até a secretaria, Gustavo teria utilizado uma técnica aprendida em curso de inteligência, quando realizou os telefonemas pré-ordenados e em dias consecutivos. A ação é denominada de ‘recrutamento’. Conforme Ana Cristina Feldner, o novo secretário já até ministrou um curso de quatro meses sobre essa área, no Estado do Rio de Janeiro.
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