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Sintep acusa governo de descumprir acordo e ameaça nova greve em Mato Grosso

Da Redação - José Lucas Salvani

Os professores da rede pública estadual podem, novamente, paralisar as atividades à partir da próxima quarta-feira (21), caso o pagamento referente aos dias cortados não seja feito. A ameaça partiu do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). A categoria alega que os valores, programados para serem depositados nesta terça-feira (20), não foram feitos. Após 75 dias, a greve da categoria teve fim na última quarta-feira (14), após assembleia no dia 9.

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O Sintep-MT afirma que os educadores sofreram calote. Um dos professores, segundo a nota, teria entrado em contado com uma técnica da Seduc-MT para saber sobre o que tinha acontecido com o pagamento. A técnica, em resposta, teria sido “deselegante”, e disse que não estaria no órgão para fazer a todo momento folha de pagamento.

Por meio de assessoria, a Seduc-MT informa que o pagamento foi feito e aqueles que não receberam terão o valor restituído no dia 10 de setembro. A pasta aponta que as escolas dos professores que não receberam a remuneração excederam o prazo limite para enviar uma planilha com os nomes daqueles que voltaram às aulas.

Greve dos professores

A greve do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) teve início no dia 27 de maio e foi encerrada no dia 9 de agosto. O movimento visou garantir o cumprimento da lei complementar 510/2013 e melhoria nas 767 escolas espalhadas pelo estado.

"A greve está suspensa, mas não quer dizer que a luta terminou aqui no Estado de Mato Grosso, mesmo porque o ponto principal da Lei 510, não houve um posicionamento efetivo do Governo do Estado. A categoria reafirma que caso o Governo não integralize ou apresente uma proposta até a próxima data base do ano de 2020, nos poderemos ter uma nova greve", destacou o presidente do Sintep, Valdeir Pereira.

A greve chegou ao fim após última proposta do governador Mauro Mendes (DEM) feita na segunda-feira (5). O documento propõe que assim que o Estado voltar aos limites da LRF, todo o espaço fiscal aberto abaixo de 49% da Receita Corrente Líquida (RCL) será usado para a concessão da Revisão Geral Anual (RGA) e dos aumentos remuneratórios aos servidores.

Deste espaço fiscal, 75% será destinado à RGA para todos os servidores públicos e os 25% restantes para os reajustes já concedidos nas leis de carreira – que beneficiariam os profissionais da Educação, Meio Ambiente e Fazenda.

Confira a nota do Sintep-MT na íntegra:

Após a suspensão da greve dos trabalhadores da educação da rede estadual, mediante documento do governo, parte dos educadores são surpreendidos com o calote da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), na restituição do corte de pontos. A Seduc não atende a decisão e promove retaliação a alguns profissionais. Na manhã desta terça-feira (20.08), primeira data para pagamento dos dias cortados, os salários referente aos meses de maio e junho, não foram depositados.

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) denuncia ainda atitude pouco amistosa da equipe da Seduc-MT para prestar os esclarecimentos aos educadores. Em uma das mensagens recebidas pelos profissionais da educação que buscam informações, uma técnica, de “forma deselegante”, respondeu que não estaria no órgão para fazer a todo momento folha de pagamento. Resultado das inúmeras portarias e informações repassadas para as escolas criando confusão e caos. “A Seduc está retaliando os trabalhadores da educação escolhendo quem vai receber ou não”, acredita o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira.

Valdeir Pereira aponta que o governo teve tempo suficiente para gerar a folha, inclusive em parcela única, para restituir aquilo que foi descontado dos trabalhadores da educação. “Problemas até poderiam existir, um ou outro, mas não regra geral”, disse. A expectativa do Sindicato é para que o governo efetue o pagamento ainda hoje ou no máximo amanhã (21) daqueles que não tiveram inclusão na folha complementar. “Caso não ocorra, algumas escolas já estão ameaçando paralisar as atividade novamente a partir de amanhã, quarta-feira”, informa Valdeir.

O documento do governo apontou a restituição dos dias cortados em duas parcelas,a primeira dia 20 de agosto. E, dia 10 de setembro, os valore do mês corrente (agosto) e também restituição de julho. O descumprimento da decisão por parte do governo abala a deliberação definida em Assembleia Geral dos trabalhadores, levando o sindicato a buscar esclarecimentos urgente com o governo, o que deve ocorrer nessa quarta-feira,  numa reunião na Casa Civil.


Confira na íntegra a nota da Seduc-MT:

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informa que o pagamento da folha complementar foi feito nesta terça-feira (20.08). Alguns servidores não entraram nessa folha complementar porque a escola não encaminhou para a Seduc, em tempo hábil, ou seja, antes do fechamento dessa folha, a planilha com a relação dos servidores que retornaram da greve. Quem não entrou nessa folha receberá na folha de pagamento do mês de agosto, que é pago em setembro.
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