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Falta de dinheiro e dívidas são algumas das principais causas de depressão e suicídio

Da Redação - Thaís Fávaro

A preocupação com as contas do mês, o malabarismo para colocar comida na mesa todos os dias e os custos com a educação dos filhos são, muitas vezes, os desafios mais difíceis na vida de quem está desempregado ou daqueles que possuem renda financeira insuficiente para manter uma vida digna e confortável. Para quem já está endividado e possui alguns distúrbios psicológicos como ansiedade, síndrome do pânico e stress, a falta de dinheiro pode ser o gatilho para desencadear um problema ainda mais sério que é a depressão, o que pode levar, em casos extremos, ao suicídio.

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De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), cerca de 70% dos inadimplentes sofrem de ansiedade e outros distúrbios por não conseguirem manter as contas em dia. Com os altos índices de desemprego e com a inadimplência crescendo a cada dia, é provável que esse número passe de 80% até 2020. É o que alerta a coach e educadora financeira, Renata Melo.

Renata afirma que quando se fala em depressão por endividamento é preciso entender que ela pode ser a causa ou a consequência. “A pessoa acaba se endividando e depois como ela não consegue arcar com os custos e quitar as dívidas, ela entra em um quadro depressivo. Nesse caso a depressão surge como conseqüência do endividamento. É diferente, por exemplo, quando a pessoa está depressiva e usa as compras e os gastos como válvula de escape. Ela já não olha mais para o seu lado financeiro e isso vai gerando uma bola de neve onde se consome cada vez mais”, afirma.

A falta de emprego representa um risco muito grande quando o assunto é saúde mental como mostra um estudo financiado pela Universidade de Zurique. O levantamento revela que estar fora do mercado de trabalho é a causa de um a cada cinco suicídios no mundo.

Para a coach, uma das saídas para evitar o endividamento e com isso diminuir as causas de depressão, seria divulgar mais campanhas de renegociação de débito e campanhas de educação financeira nas escolas. “Hoje o primeiro ponto é a falta da educação financeira de base porque a gente não tem isso dentro de casa e não tem na escola. E ainda tem a grande oferta de marketing que existe hoje. Existem alguns programas do próprio governo que são muito poucos divulgados”, conclui.

Sobre o CVV
 
O CVV presta serviço voluntário e gratuito de prevenção do suicídio e apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os cerca de 3 milhões de atendimentos anuais são realizados por 3.000 voluntários em 104 postos de atendimento pelo telefone 188 (sem custo de ligação),  ou pelo www.cvv.org.br via chat ou e-mail. A entidade realiza também ações presenciais, como palestras, cursos e grupos de apoio a sobreviventes do suicídio – GASS (https://www.cvv.org.br/cvv-comunidade/).
 
Sobre o suicídio
 
O suicídio é um problema de saúde pública que mata pelo menos um brasileiro a cada 45 minutos, mais do que a Aids e muitos tipos de câncer, porém pode ser prevenido em 9 de cada 10 casos. O movimento Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção do suicídio, iniciado em 2015, visa sensibilizar e conscientizar a população sobre a questão – www.setembroamarelo.org.br
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