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Prefeitura remaneja servidores e resolve falta de anestesistas no HMC após desistência de empresa

Da Redação - Arthur Santos da Silva/Wesley Santiago

A Prefeitura de Cuiabá teve de fazer um remanejamento de servidores para suprir a falta de anestesistas no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), na última quarta-feira (20), após a desistência repentina da empresa que venceu a licitação para atuar com os serviços no local. O Conselhor Regional de Medicina informou que irá abrir uma investigação para apurar o episódio.

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Segundo a prefeitura, com a medida emergencial, que incluiu documento de cedência dos profissionais efetivos do antigo Pronto Socorro por parte da Secretaria Municipal de Saúde, o HMC atuou com quadro completo em plena capacidade durante esta quarta-feira (20), o que proporcionou 89 atendimentos graves em menos de 12 horas de plantão. Dentre eles quatro cirurgias de alta complexidade.

O diretor geral da Empresa Cuiabana de Saúde Pública - ECSP, Alexandre Beloto explicou que, embora o quadro tenha sido prejudicado no primeiro plantão do PS/HMC, não houve quaisquer prejuízos às pessoas que buscaram atendimentos na unidade.

"O primeiro dia de atendimentos aconteceu com equipe completa o que proporcionou 72 atendimentos graves, incluindo seis cirurgias de média complexidade. Com equipe de anestesistas reduzida no período da noite, a equipe optou por transferir apenas uma cirurgia mais grave para o antigo Pronto Socorro, uma vez que a equipe de lá estava completa. Com a ação rápida determinada pelo Prefeito Emanuel Pinheiro, o quadro de médicos anestesistas foi regularizado e o HMC realizou mais 89 atendimentos graves, dentre eles cirurgias de alta complexidade", disse Beloto.

Além da cedência dos anestesistas do antigo Pronto Socorro, a Secretaria de Saúde autorizou a Empresa Cuiabana a fazer um estudo sobre a possibilidade de contratar empresas fora do estado para assumir o serviço de anestesia da Rede SUS Municipal.

CRM

O Conselho Regional de Medicina divulgou nota esclarecendo que abrirá investigação para apurar denúncia sobre falta de anestesistas no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).

“O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) vem a público informar que uma unidade médica deste porte, que prestará atendimentos de urgência e emergência, não deve, em hipótese alguma, abrir suas portas sem a estrutura mínima necessária”, afirma trecho do documento.
 
Conforme informado em nota, a investigação se baseia em informações divulgadas pela imprensa. Contrariando o que foi divulgado, os primeiros atendimentos realizados demonstram correto funcionamento.
 
Conforme divulgado pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Cuiabá, o primeiro dia de funcionamento da última etapa do Hospital Municipal de Cuiabá foi marcado pelo atendimento de 72 pacientes de urgência e emergência.
 
Seis cirurgias de média complexidade e a ocupação de quatro leitos de estabilização, que são para pessoas que necessitam de atendimento redobrado devido ao eminente risco de morte, estão inclusos no montante contabilizado.

HMC

Com a última etapa, o HMC passa a ofertar para a população 315 leitos, sendo 178 de adultos, 20 leitos no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), 60 de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), 38 de Emergência, 06 salas de cirurgia e 13 leitos RPA (recuperação pós-anestesia). Além disso, conta com ambulatório com mais de 13 das especialidades médicas mais procuradas pela Central de Regulação, exames como ultrassonografia, endoscopia, colonoscopia e radiografia, parque tecnológicos com equipamentos de última geração, moderno centro de imagens e ainda farmácias satélites.

Transição

Pensando na adaptação dos munícipes que estão acostumados a buscar os atendimentos no antigo Pronto Socorro há mais de 40 anos, o secretário de Saúde, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho, explicou que nestes primeiros meses ainda haverá um pequeno posto de urgência na unidade hospitalar.

"O mote da gestão Emanuel Pinheiro é humanização. Então não poderíamos simplesmente não considerar que há 40 anos os cuiabanos buscavam os atendimentos no antigo PS. Por esta razão nesse primeiro mês ainda teremos um pequeno posto de urgência no local para aqueles que por algum motivo ainda se dirigirem ao PS. Esse paciente terá um primeiro acolhimento e depois será encaminhado para o HMC e aos poucos o espaço será fechado por etapas para ser reformado e transformado no HFAM - Hospital da Família, outro grande sonho do prefeito que será apresentado na próxima semana", finalizou Pôssas.

Confira a nota do CRM:
 
CRM-MT
 
NOTA À SOCIEDADE E IMPRENSA
 
Diante das notícias veiculadas pela imprensa local relativa à falta de especialistas médicos em anestesiologia no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) - Dr. Leony Palma de Carvalho, que teve sua última etapa inaugurada nesta segunda-feira (18), o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) vem a público informar que uma unidade médica deste porte, que prestará atendimentos de urgência e emergência, não deve, em hipótese alguma, abrir suas portas sem a estrutura mínima necessária, conforme estabelecido pela Resolução CFM 1451/95.
 
Artigo 1º - Os estabelecimentos de Prontos Socorros Públicos e Privados deverão ser estruturados para prestar atendimento a situações de urgência-emergência, devendo garantir todas as manobras de sustentação da vida e com condições de dar continuidade à assistência no local ou em outro nível de atendimento referenciado.
 
Artigo 2º - A equipe médica do Pronto Socorro deverá, em regime de plantão no local, ser constituída, no mínimo, por profissionais das seguintes áreas:
 
- Anestesiologia;
- Clínica Médica;
- Pediatria;
- Cirurgia Geral;
- Ortopedia.
 
Sendo assim, o CRM-MT, órgão supervisor e fiscalizador do exercício profissional, e das condições de funcionamento dos serviços médicos prestados à população de Mato Grosso, abrirá sindicância ex-oficio para apurar as responsabilidades e irregularidades no HMC.
 
Cuiabá, 20 de novembro de 2019.
 
Ascom/CRM-MT
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