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Manual reduz área exigida pela Receita Federal e aeroporto de Cuiabá fica a um passo de ter voo internacional

Da Redação - Wesley Santiago

A Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero) publicou, no Diário Oficial da União (DOU), que circula nesta terça-feira (03), as mudanças em seu manual, que versa sobre as dimensões mínimas necessárias nos terminais de passageiros que desembarcam de outros países. A exigência foi reduzida para apenas 39 m², o que possibilitaria a internacionalização do Aeroporto Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), que possui atualmente 52 m².

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Com a mudança, o dimensionamento da área internacional exigido agora, para aeroportos com movimentação de um milhão a cinco milhões de passageiros (Cuiabá teve 3,03 milhões em 2018), será de 39 m². Além disto, serão necessários pelo menos quatro servidores da Receita Federal para atuarem no controle aduaneiro.
 
O novo texto versa que “para o dimensionamento das Áreas 1 a 7 previstas na tabela abaixo, deverão ser consideradas as equações das "Premissas do Cálculo de Áreas Mínimas Operacionais para a Chegada de PAX Int. por Hora", adotando o número máximo de passageiros internacionais segundo a frequência e a escala realmente previstas para o aeroporto”.
 
A medida também poderá beneficiar outros aeroportos que pleiteiam a sua internacionalização. A flexibilização é vista como essencial para que as companhias aumentem o interesse em realizar operações para outros países.
 
A expectativa agora é que a Receita Federal emita a autorização para a internacionalização do aeroporto de Cuiabá e que a Azul Linhas Aéreas marque a data de início da operação do voo entre Cuiabá e Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Todos as autorizações necessárias já foram obtidas para que a ligação tenha início.
 
Recentemente, a assessoria de imprensa da Azul Linhas Aéreas disse que a “companhia continua na dependência dos ajustes do aeroporto de Cuiabá para obtermos a aprovação final".
 
As viagens serão operadas pelas aeronaves modelo Embraer 195, com capacidade para até 118 passageiros e acontecerão, no primeiro momento, às quintas e domingos.
 
Santa Cruz de La Sierra é maior e mais populosa cidade da Bolívia, com 1,7 milhão de habitantes, além de ser a mais importante do Departamento de Santa Cruz. Motor econômico do país, Santa Cruz de La Sierra é um polo petroquímico, com foco na produção e exportação de gás natural. A cidade também é conhecida por sua tradição gastronômica.
 
Caminho aberto
 
Perto de ser internacionalizado para o transporte de passageiros, o Aeroporto Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), já tem o interesse de uma empresa peruana, que poderá começar a atuar em solo mato-grossense. A informação foi revelada pelo secretário adjunto de Turismo, Jefferson Preza Moreno, na terça-feira (02). Outro destino, na América Latina, também é cogitado.
 
“Temos duas empresas que estão em conversas com a gente, mas não firmaram compromisso por aguardar a internacionalização do aeroporto. Uma companhia do Peru nos procurou e também temos a possibilidade de outro voo na América Latina, do qual ainda preferimos não divulgar”, disse o secretário.
 
O senador Wellington Fagundes (PL) também destacou o potencial do aeroporto de Cuiabá. “Teremos o voo para Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), mas não necessariamente só este. Todos os países próximos têm interesse. Passageiro é importante, mas também tem carga. Precisamos fazer deste aeroporto um hub e ele irá se transformar, em médio prazo”.
 
Hub
 
O diretor presidente da Centro-Oeste Airport [concessionária que irá assumir a administração do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá], Marco Antonio Migliorini, afirmou que o desejo da empresa é transformar o terminal mato-grossense em um hub [designação dada ao aeroporto utilizado por uma companhia aérea como ponto de conexão para transferir seus passageiros/carga para o destino pretendido] da América do Sul.
 
“Entendemos que o Aeroporto Marechal Rondon será um hub da América Latina, pela sua potencialidade e posição estratégica dentro do continente. Acreditamos muito no Estado, que está em pleno desenvolvimento. Estudamos muito e sabemos do potencial deste terminal e também dos regionais”, frisou o presidente em entrevista exclusiva ao Olhar Direto.
 
Marco Migliorini ainda revela que conversas são feitas periodicamente com empresas de outros países, com a intenção de que, possivelmente, empresas estrangeiras possam começar a operar viagens para Cuiabá. “O Brasil está sob os olhos do mundo. Temos parceiros em diversos locais, nossa empresa tem negócios na América do Sul. Estamos abertos para qualquer entendimento. Sabemos do potencial”.
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