Imprimir

Notícias / Cidades

Quadrilha tinha integrantes escolhidos ‘a dedo’, troca de experiências e usava de extrema violência com vítimas

Da Redação - Wesley Santiago

A quadrilha desarticulada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), na última quinta-feira (12), durante a ‘Operação Fim da Linha’, deflagrada para acabar com uma organização criminosa especializada em roubos de defensivos agrícolas em Mato Grosso, tinha seus integrantes escolhidos ‘a dedo’ por suas experiências e usava de extrema violência com as vítimas.

Leia mais:
Grandes fazendeiros podem estar por trás de quadrilha responsável por 25% dos roubos de defensivos em MT
 
“Não posso afirmar que teria uma facção por trás deles. Eles formam uma organização criminosa, têm toda uma logística de armamento. Ao longo da operação foram várias apreensões realizadas. Só deles, foram 13 armas de fogo. Ontem, em uma fazenda, que era utilizada para esconder estes equipamentos, foram sete localizadas, de grosso e médio calibre”, explicou o delegado Frederico Murta, responsável pela investigação.
 
Parte dos integrantes tem ‘experiência’ com roubos, enquanto que outros são especialistas em roubos de defensivos agrícolas. “Então eles resolveram se juntar. Foram escolhidos a dedo. Existiam ‘equipes’ que iam para realizar o roubo. Recrutavam mão de obra para cada ação específica. Alguns estavam presentes em todos, outros atuavam de forma pontual”, acrescentou o delegado.
 
Em um dos roubos, em Lucas do Rio Verde, os criminosos levaram duas pessoas como reféns. Elas foram abandonadas horas depois, amarradas dentro de um veículo, em um local ermo. Em outros casos, as vítimas também são obrigadas a carregar os defensivos agrícolas em caminhões e caminhonetes.
 
“Como todo negócio, tem pessoas que fazem a intermediação [dos produtos roubados]. Um dos que sabemos que era negociador, o link entre eles e os fazendeiros, é o Fernando Serrando de Souza, conhecido como “Gordão”  e o Johne Ribeiro da Silva, o “John-John”, que morreu no confronto em Lucas. Fizeram várias negociações, valores altos. São da região de Diamantino, São José do Rio Claro, sabem do fazendeiro que planta, produz e quer ter lucro maior pagando menos. Vendiam até 50% mais barato no produto”, revelou o delegado.
 
Operação
 
A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) deflagrou a operação “Fim da Linha”, com objetivo de cumprir 16 ordens judiciais contra a principal organização criminosa especializada em roubos de defensivos agrícolas em Mato Grosso. Em uma das ações ocorrida em uma fazenda, os criminosos roubaram cerca de R$ 1 milhão em agrotóxicos. Na tentativa de fuga, dois morreram em confronto com a Polícia Civil.
 
Entre os presos estão Fernando Serrando de Souza, conhecido como “Gordão”, Moisés Sales da Silva, o “Magrão”, Reinald Sthephanio Arouca de Moura, o “Rinodê”, Márcio Vieira Dias, conhecido como “Mineiro”, José Carlos Oliveira Duarte, o "Perninha" e Bruna Almeida Silva.
 
Outros dois integrantes do grupo, identificados como, Johne Ribeiro da Silva, o “John-John” e Cassiano de Lima Camargo, conhecido como “Cara de Arraia”, morreram durante confronto com a Polícia, no mês de outubro, ocasião em que um policial também ficou ferido.
 
Segundo a Polícia Civil, as investigações iniciaram há cerca de um ano, conseguindo desarticular a principal organização criminosa especializada em roubos de defensivos agrícolas no estado de Mato Grosso.
 
O grupo criminoso foi responsável pelo roubo ocorrido no mês de outubro em Lucas do Rio Verde. Na ocasião, após realizarem um roubo, os criminosos reagiram a uma ação policial no município de Lucas do Rio Verde, no momento em que faziam o transbordo da carga roubada.
 
No momento da abordagem, houve um confronto entre os criminosos e policiais da GCCO, culminando com um policial ferido e dois criminosos mortos. Na ação, foi recuperada uma carga avaliada em mais de R$ 1 milhão, que havia sido roubada de uma das fazendas dois dias antes.
Imprimir