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Rede construída por pioneiros leva água mineral gratuita a moradores de Bom Jardim
da Redação - Isabela Mercuri
Uma rede construída há cerca de 40 anos por famílias pioneiras em uma nascente leva água a cerca de 700 moradores da vila de Bom Jardim, em Nobres (124 km de Cuiabá) até os dias de hoje. A população recebe água mineral na torneira sem pagar nada por isso. E quando necessário são os próprios moradores que fazem a manutenção.
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A construção vem da época em que a região ainda era uma fazenda. Juvêncio Dias Pedroso, pai do famoso ‘Chapolim’ – que é dono de um restaurante na vila – era empreiteiro e, junto a um pedreiro chamado João, fez a caixa d’água, a vala e o sistema de encanamento.
A fazenda tinha 50 mil hectares e, nos anos 80, foi tomada pelo governo e fragmentada em terrenos menores, que foram distribuídos entre trabalhadores sem-terra. A família de Chapolim já vivia perto de lá e, alguns anos depois, comprou uma nova casa de terceiros.
A área onde fica a nascente, no entanto, é uma reserva ambiental. “Só que a gente toma conta de lá. Não deixa ninguém tirar uma árvore, desmatar, estamos sempre cuidando para amanhã não ficarmos sem água”, conta Chapolim. “Hoje nossa região está quase sem água. Vários córregos já secaram porque os fazendeiros vão rasgando tudo, quebrando, acabando com todas as nascentes”.
Naquele espaço, no entanto, o desmatamento não tem vez. E nem mesmo a Prefeitura consegue tomar conta. “Quando vem fogo a gente asseira [estratégia usada para o fogo não se espalhar], quando estraga algum cano, nós mesmos - a população da vila Bom Jardim - que arrumamos. Não envolve Prefeitura não, porque eles são doidos para colocar a mão lá para colocar remédio forte, cloro. Meu pai está com 83 anos, toda vida bebe essa água, nunca fez mal para ele”, declara o empresário. “Eles querem assumir para colocar reloginho. Já tem encanamento, tudo, então é só botar mais um remédio lá. Mas nós não deixamos não. Se a população aceita do jeito que está, nós não deixamos colocar a mão”, completa.
Os moradores só têm de arcar com os custos do encanamento para levar a água para dentro de suas casas, pois não há conta no final do mês. Agora, a população está trabalhando junto para arrecadar fundos e conseguir levar água encanada para mais pessoas.
“Toda a vida de Bom Jardim é abastecida com essa água. E agora nós estamos arrecadando dinheiro, fazendo festa, para fazer outra encanação com encanamento de outra grossura. Porque lá da caixa d’água tem como colocar outro cano e levar para outra vila, na chegada da vila de Bom Jardim”, explica Chapolim. “Já teve três festas. Porque o total da rede, do encanamento, tudo, e mais uma caixa d’água de vinte e poucos mil litros, vai ficar na faixa de 30 a 40 mil reais, e já tem R$15 mil na conta. Meu irmão Arquimedes está encabeçando, mas junta a vila toda para ajudar”.
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A fazenda tinha 50 mil hectares e, nos anos 80, foi tomada pelo governo e fragmentada em terrenos menores, que foram distribuídos entre trabalhadores sem-terra. A família de Chapolim já vivia perto de lá e, alguns anos depois, comprou uma nova casa de terceiros.
A área onde fica a nascente, no entanto, é uma reserva ambiental. “Só que a gente toma conta de lá. Não deixa ninguém tirar uma árvore, desmatar, estamos sempre cuidando para amanhã não ficarmos sem água”, conta Chapolim. “Hoje nossa região está quase sem água. Vários córregos já secaram porque os fazendeiros vão rasgando tudo, quebrando, acabando com todas as nascentes”.
Naquele espaço, no entanto, o desmatamento não tem vez. E nem mesmo a Prefeitura consegue tomar conta. “Quando vem fogo a gente asseira [estratégia usada para o fogo não se espalhar], quando estraga algum cano, nós mesmos - a população da vila Bom Jardim - que arrumamos. Não envolve Prefeitura não, porque eles são doidos para colocar a mão lá para colocar remédio forte, cloro. Meu pai está com 83 anos, toda vida bebe essa água, nunca fez mal para ele”, declara o empresário. “Eles querem assumir para colocar reloginho. Já tem encanamento, tudo, então é só botar mais um remédio lá. Mas nós não deixamos não. Se a população aceita do jeito que está, nós não deixamos colocar a mão”, completa.
Os moradores só têm de arcar com os custos do encanamento para levar a água para dentro de suas casas, pois não há conta no final do mês. Agora, a população está trabalhando junto para arrecadar fundos e conseguir levar água encanada para mais pessoas.
“Toda a vida de Bom Jardim é abastecida com essa água. E agora nós estamos arrecadando dinheiro, fazendo festa, para fazer outra encanação com encanamento de outra grossura. Porque lá da caixa d’água tem como colocar outro cano e levar para outra vila, na chegada da vila de Bom Jardim”, explica Chapolim. “Já teve três festas. Porque o total da rede, do encanamento, tudo, e mais uma caixa d’água de vinte e poucos mil litros, vai ficar na faixa de 30 a 40 mil reais, e já tem R$15 mil na conta. Meu irmão Arquimedes está encabeçando, mas junta a vila toda para ajudar”.