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Estudantes dizem que cortes orçamentários podem ter influenciado ataque no Hospital Veterinário

Da Redação - José Lucas Salvani

O Centro Acadêmico de Medicina Veterinária (CAVET) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) emitiu nota na tarde deste domingo (16) citando os cortes orçamentários promovidos pelo Ministério da Educação como fator primordial para a diminuição da segurança nos campis. O Hospital Veterinário da UFMT em Cuiabá sofreu ataque de vândalos nesta madrugada.

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“Como é de conhecimento geral, desde os cortes orçamentários que a UFMT vem sofrendo nos últimos anos o setor da segurança foi prejudicado e está sobrecarregado e é financeiramente inviável a contratação de novos funcionários para o patrulhamento do campus”, afirma o Centro Acadêmico na nota.

O diretor do Hovet, Richard Pacheco, afirmou ao Olhar Direto que a segurança “é um problema sério da universidade. Essa falta de recurso tem diminuído o quantitativo de postos de vigilância e isso favorece justamente a esses atos".

De acordo com o que foi apurado até o momento, equipamentos foram depredados e diversos objetos jogados no chão. Segundo Richard Pacheco, no momento da invasão não havia nenhum animal internado no centro cirúrgico.

A Universidade se manifestou sobre o caso por meio de uma nota. Conforme a Instituição, a Polícia Federal foi acionada e irá assumir o caso, enquanto uma equipe do Hovet estará fazendo um levantamento do inventário nos próximos dias para averiguar a amplitude dos danos causados.

Cortes na UFMT

Em 2019, a Universidade enfrentou diversos problemas após o Governo Bolsonaro anunciar um contingenciamento a todas universidades e institutos federais. A reitora, Myrian Thereza de Moura Serra, se manifestou contra a medida, expondo por meio de nota, que a UFMT iria perder cerca de R$ 34 milhões.

O ápice da crise da UFMT aconteceu no mês de julho, quando a concessionária Energísa realizou o corte da energia elétrica da instituição por falta de pagamento das contas, mesmo com o Ministério da Educação tendo liberado dias antes cerca de R$ 4,5 milhões para a reitora quitar a dívida.

Em visita à Cuiabá no mesmo mês em que houve o apagão na UFMT, o ministro da Educação, Abraham Weintraub criticou duramente a gestão da reitora, dizendo que ela poderia ter bilhões no seu orçamento, que mesmo assim faria uma administração ruim. Com um mandato que vai até 2020, Myrian tem poucas chances de se reeleger ou de emplacar alguém de seu grupo no comando da UFMT.

Confira na íntegra, a nota divulgada pelo CAVET.

O Centro Acadêmico de Medicina Veterinária vem, por meio desta, demonstrar nosso repúdio quanto a invasão e vandalismo que ocorreram no Hospital Veterinário (Hovet) nesta madrugada. O deplorável vandalismo feito no setor cirúrgico do hospital afeta toda a sociedade que necessita dos atendimentos feitos pela instituição, inviabilizando a rotina normal do Hovet.

Lamentamos que a falta de segurança ainda seja uma realidade dentro do nosso campus e iremos cobrar das autoridades competentes e da gestão da instituição para que sejam tomadas as devidas providências. Como é de conhecimento geral, desde os cortes orçamentários que a UFMT vem sofrendo nos últimos anos o setor da segurança foi prejudicado e está sobrecarregado e é financeiramente inviável a contratação de novos funcionários para o patrulhamento do campus. Contamos com o apoio dos alunos e da nossa comunidade em geral, juntos somos mais forte.

Cuiabá, 16 de fevereiro de 2020.
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