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Anvisa libera uso da cloroquina em pacientes com Covid-19 e MT receberá 3500 comprimidos

Da Redação - Isabela Mercuri

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso de cloroquina e hidroxicloroquina em casos graves de pacientes com o novo coronavírus (COVID-19), e Mato Grosso receberá, em breve, 3500 comprimidos do medicamento. O Hospital Júlio Müller já realiza um protocolo clínico para o uso.

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Segundo a presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Dra. Hildenete Monteiro Fortes, cada médico, que está em contato com os pacientes, fará a indicação do uso. No entanto, inicialmente seria somente para os que estão em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
 
“Tem a indicação, conforme a nota que a Anvisa emitiu, de uma dose de ataque de 900 mg no primeiro dia e 450mg nos outros dias, o tratamento seria em torno de 5 dias. Nós vamos receber em torno de 3500 comprimidos de imediato. A quantidade eles vão distribuir é de 500 mil para o Brasil inteiro, e 3500 para Mato Grosso”, explica.
 
Em nota, a Anvisa afirma que “A presente medida considera que não existe outro tratamento específico eficaz disponível até o momento. Importante ressaltar que há dezenas de estudos clínicos nacionais e internacionais em andamento, avaliando a eficácia e segurança de cloroquina/hidroxicloroquina para infecção por COVID-19, bem como outros medicamentos, e, portanto, essa medida poderá ser modificada a qualquer momento, a depender de novas evidências cienficas”
 
Segundo a presidente do CRM-MT, é necessário cautela no uso do medicamento, já que ele tem efeitos colaterais como retinopatia e efeitos cardiovasculares. “Aqueles pacientes cardiopatadas terão que ser muito bem avaliados no uso”, esclarece.
 
A Anvisa esclareceu que a determinação da quantidade distribuída para cada estado tem relação com com o número de casos notificados no boletim do Ministério da Saúde. O medicamento será distribuído pelo Ministério às Secretarias Estaduais de Saúde, que realizarão o envio aos hospitais de referência de sua região. A primeira distribuição começou em 27 de março, sexta-feira.
 
“Existem critérios sérios para a indicação dessa medicação. Não tem nada falando que ela realmente tem efeitos. Tem estudos mostrando resultados bons, outros mostram que não... mas são estudos muito pequenos, não tem muita certeza”, explica Hildenete. “Está sendo estudado, por isso a gente fala dos estudos clínicos em andamento em todos os lugares do mundo. Em breve terá um resultado pra ver se realmente é eficiente ou não”. É bom lembrar que o medicamento é indicado para casos graves e não deve ser utilizado sem indicação médica ou em casa.
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