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Senador diz que MP de Bolsonaro põe em risco transporte de alimentos e remédios

Da Redação - Érika Oliveira

O senador Wellington Fagundes (PL), que preside a Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), afirmou que a Medida Provisória 932/2020, que reduz por três meses as contribuições que são recolhidas pelas empresas para financiar o "Sistema S”, deve sofrer alterações na apreciação pelo Congresso Nacional. Na justificativa do parlamentar, a proposta do Governo pode prejudicar a logística de transporte – sobretudo de alimentos – neste período de combate ao coronavírus. 

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“A expressiva contribuição que os caminhoneiros e transportadores estão dando é essencial para que façamos o isolamento social como melhor forma de combater a disseminação do coronavírus. Por isso, o Governo corre sério risco de errar ao tomar essa medida”, disse o senador, aos seus colegas senadores, em sessão deliberativa remota. 

De acordo com Fagundes, com o corte proposto pelo Governo na Medida Provisória, entidades como o SEST-SENAT perderão metade dos recursos que recebem – o que poderá levar ao cancelamento de ações de saúde aos caminhoneiros que estão nas estradas, garantindo que chegue comida na mesa do brasileiro. 

Além da perspectiva de transporte de alimentos, existe ainda a questão primordial, segundo Fagundes, que é o transporte dos remédios aos hospitais. Da mesma forma, ele citou a questão dos combustíveis, que estão regularmente chegando aos postos. “Neste momento, é o transporte de cargas no Brasil que está sustentando o país e isso precisa de muita atenção”, destacou. 

Relatório da direção do SEST-SENAT mostra que desde o início da mobilização para o combate do coronavírus, a entidade já distribuiu comida e kits de higiene para mais de 73 mil caminhoneiros. Ele lembrou que os condutores apoiados pela organização chegaram a enfrentar privações e necessidades devido ao fechamento de estabelecimentos comerciais nas rodovias. 

Fagundes lamentou que o Governo tenha adotado medidas, como a MP 932, sem um debate mais aprofundado e sem também olhar a situação. Segundo ele, o impacto desse corte para o setor tem proporções que não estão sendo calculadas, com “efeito perverso sobre as famílias de milhões de brasileiros” e a redução drástica também dos atendimentos de saúde, notadamente os profissionais que atuam em pequenas empresas que estão sendo impactadas pela crise. 

Para tratar de detalhes da MP, Fagundes se reuniu com o presidente em exercício do Senado, Antônio Anastasia (PSDB), e com o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Vander Costa. Anastasia é vice-presidente da Frenlogi e coordena a Câmara Temática de Infraestrutura Aeroportuária. 

O senador mato-grossense também esteve em teleconferência com vários empresários e entidades que representam os segmentos do transporte de cargas do país e apelou para que o apoio aos caminhoneiros fosse mantido. “Sabemos que todos estão fazendo os sacrifícios que o momento exige. Os caminhoneiros também e não podemos, de forma alguma, penalizá-los ainda mais”, ratificou. 
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