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Emanuel rebate protestos de comerciantes e diz que não vai hesitar em tomar medidas ainda mais duras

Da Redação - Érika Oliveira

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que no final de semana passado foi alvo de protestos, não descartou endurecer ainda mais as regras para o funcionamento do comércio na Capital. O gestor se prepara para divulgar um novo decreto, que substituirá as normas em vigência cuja validade se encerra no próximo domingo (05). 

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“A orientação da Prefeitura é para que fiquem em casa, todos que puderem. O ambiente familiar, a sua casa é o primeiro local que você deve cuidar. Evitem aglomerações, evitem o transporte coletivo, evitem se expor. A Prefeitura está tomando medidas que por vezes são duras, mas que são extremamente necessárias para proteger a vida e a saúde da população. Essas medidas não são vontade pessoal do prefeito, são medidas respaldadas e que seguem o protocolo da OMS, do Ministério da Saúde e que são muito discutidas no Comitê de Enfrentamento que eu presido aqui em Cuiabá. Nossa equipe técnica está em permanente contato com a Secretaria de Saúde do Estado, portanto, o respaldo técnico cientifico é a base de todas as medidas que estamos tomando. E enquanto estiver em jogo a saúde e a vida das pessoas, não hesitarei em tomar medidas ainda mais duras para proteger a população cuiabana”, disse o prefeito, em entrevista ao Olhar Direto

Pelo decreto em vigência, que segue válido até domingo, a Prefeitura autorizou o funcionamento de alguns setores do comércio e de serviços. Distribuidoras de água e gás, oficinas mecânicas e borracharias, além de pet shops, templos religiosos, lotéricas, lavanderias, lojas de cosmético, entre outros, podem permanecer abertos. Veja a lista completa AQUI

O decreto foi editado no dia 23 de março e, quatro dias depois, um grupo de empresários se juntou em uma carreata na porta da casa de Emanuel para exigir que as normas fossem flexibilizadas. A manifestação percorreu as ruas do bairro Jardim das Américas, em Cuiabá, com buzinas e palavras de ordem.  

Para o Governo do Estado, o isolamento social deve ser mantido, mas as atividades econômicas devem ser restabelecidas na Capital. O governador Mauro Mendes (DEM) chegou a determinar isto, também via decreto, mas uma decisão do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça, derrubou parte da normativa, atendendo à um mandado de segurança impetrado por Emanuel Pinheiro. 

Na decisão, o magistrado considerou a possibilidade de "desastre" com o relaxamento das restrições contra o coronavírus, e possível incapacidade do poder público em atender a todos os que necessitarem da saúde pública.  

Na justificativa do Executivo estadual, Mato Grosso ainda apresenta poucos casos confirmados da Covid-19, portanto, o isolamento total dos municípios não se faz necessário neste momento. O Governo, no entanto, não descarta o endurecimento das regras caso a doença avance e optou por não recorrer da decisão de Perri. 

Atualmente, Mato Grosso contabiliza 41 casos confirmados da Covid-19 e 297 pessoas com síndrome respiratória aguda grave. O número praticamente dobrou desde a noite da última quarta-feira (01), quando haviam 28 pacientes infectados pela doença no Estado. 

Na manhã desta sexta-feira (03), o Estado registrou a primeira morte por coronavírus. A vítima era um homem, identificado como Luiz Nunes, de 54 anos, morador de Lucas do Rio Verde (a 332 quilômetros de Cuiabá). 

Cuiabá concentra 25 casos da doença e também integra a lista de municípios com transmissão comunitária confirmada pela Secretaria de Saúde do Estado. Dos casos confirmados até agora, 54% são mulheres e 46% de homens. A média de idade das vítimas é 43 anos. Entre elas está uma criança de no máximo cinco anos.  
 
 

 

 

 

 

 
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