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Aline aprendeu a se maquiar para esconder as marcas de espancamento e não houve traição, diz amiga

Da Redação - Isabela Mercuri

A vítima de feminicídio Aline Gomes de Souza, de 20 anos, aprendeu a se maquiar para esconder as marcas de espancamento, disse sua amiga Jessika Silva, em uma postagem no Facebook. Segundo ela, a colega escondia muitas coisas da família e amigos, e acreditava que seu algoz, Raony Silva de Jesus, poderia mudar.

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Aline foi morta a facadas na noite de quinta-feira (2), no condomínio Chapada dos Bandeirantes, no bairro Chácara dos Pinheiros, em Cuiabá. Segundo testemunhas, o casal havia discutido por ciúmes e a descoberta, por redes sociais, de uma traição supostamente cometida pela vítima. Os primeiros golpes de faca foram dados ainda dentro do apartamento. Na ocasião, a mãe de Raony ajudou para que a vítima fugisse.
De acordo com a Polícia Civil, Aline correu até a guarita do condomínio para pedir ajuda, mas Raony a perseguiu e matou com vários golpes de faca nas costas. A jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já o suspeito fugiu, mas depois se entregou na Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran).
 
A Aline sofreu muito na mão desse monstro por muito tempo , mas gostava muito dele, sempre acreditou na mudança dele mesmo passando por tudo que passou. Ela sofria muitas ameaças quando falava em separar dele, apanhava e quem conhece sabe o quando a família e amigos deram conselhos pra ela se separar dele. Ela escondia muita coisa de todo mundo, por isso não julguem alguém por isso, não fale nada sem pensar, porque às vezes a pessoa pode não querer desabafar por medo do que vão pensar ou falar delas”, lamentou Jessika no Facebook.

A amiga ainda afirmou que a traição, motivo dado pelo suspeito, não aconteceu, e que o casal estava separado. “Eles não estavam mais juntos, ele foi ver o filho. Ela morava em condomínio fechado e autorizou a entrada dele. Essa versão acima [da traição] é dele, claro, para a vítima sempre sair como ‘culpada’, e mesmo que houvesse traição não teria direito de tirar a vida de ninguém, a não ser  por legítima defesa”, completou.
Raony foi encaminhado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi autuado em flagrante pelo crime de feminicídio pelo delegado plantonista Marcel Gomes de Oliveira. 

Serviço

Ligue 180 foi criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), em 2005, para servir de canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país (a ligação é gratuita).
 
Ele é a porta principal de acesso aos serviços que integram a rede nacional de enfrentamento à violência contra a mulher, sob amparo da Lei Maria da Penha, e base de dados privilegiada para a formulação das políticas do governo federal nessa área. 
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