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Cheques que conselheiro afastado tentou destruir seriam de empresas investigadas na Ararath

Da Redação - Wesley Santiago

Os cheques que o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT), Waldir Teis, teria jogado em uma lixeira, após descer correndo 16 andares de um prédio, para evitar a apreensão por parte da Polícia Federal, seriam de empresas investigadas na 'Operação Ararath', cuja organização criminosa - segundo o órgão federal - Teis faria parte.

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Na investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram que os cheques são de empresas ligadas à organização criminosa da qual o conselheiro é suspeito de integrar. Os canhotos dos cheques somam mais de R$ 450 mil. 

Durante as buscas no escritório do conselheiro do TCE/MT, a Polícia Federal flagrou o investigado tentando destruir cheques assinados em branco e canhotos de cheques - jogando-os na lixeira do prédio, depois de descer correndo 16 andares de escada.

A tentativa do conselheiro foi filmada e fotografada. Só não houve prisão em flagrante por que, como magistrado, o conselheiro tem imunidade que restringe a possibilidade prisões quando se tratar de crimes afiançáveis.

Na decisão, o ministro Raul Araújo apontou indícios de materialidade e autoria dos crimes investigados e decretou a prisão preventiva do conselheiro do TCE/MT para a garantia da ordem pública, para a conveniência da instrução criminal e também pelo perigo gerado pelo investigado contra a elucidação dos fatos.

O conselheiro, que é investigado por corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro, foi denunciado nessa terça-feira (30) pela conduta que levou à prisão preventiva.

Na noite de ontem (30), foram deferidos pelo STJ os pedidos de afastamento de sigilo bancário de diversas sociedades empresárias; o levantamento e utilização de dados de inteligência financeira de pessoas físicas e jurídicas; o afastamento do sigilo telefônico/telemático de alguns investigados, e busca e apreensão a ser realizada em locais ligados a pessoas investigadas, além do compartilhamento de dados com a Receita Federal do Brasil.

Além da condenação pela infração de embaraço à investigação, o MPF requer à Justiça indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 3 milhões, além da prorrogação do afastamento do conselheiro até o trânsito em julgado da denúncia

Defesa 

O conselheiro afastado do Tribunal de Contas, Waldir Teis, justificou que destruiu documentos para proteger sua família.
 
A informação foi repassada ao Olhar Direto pelo advogado de Teis, Diógenes Curado. A defesa acompanhou a prisão nesta quarta-feira (1). 

Segundo Curado, os documentos manipulados pelo conselheiro não apontavam crimes, mas poderiam citar membros de sua família. Abalado pela operação, Teis teria agido sem pensar, por impulso. 
 
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