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Governo vai contratar aeronaves de produtores rurais para ajudar a apagar o fogo no Pantanal

Da Redação - Isabela Mercuri / Do local - Max Aguiar

Vinte por cento do Pantanal já foi queimado pelo fogo e a tragédia ambiental está longe de acabar. Diante de um cenário de destruição, o governo do Estado decidiu recorrer aos aviões agrícolas, de produtores rurais, para tentar ajudar no combate às chamas. Segundo a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, a defesa civil já está em contato com empresas que estejam à disposição. As aeronaves serão contratadas.

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“Nós temos incêndios hoje pelo estado todo. Inclusive nós temos 40 equipes dos bombeiros distribuídas. O cenário mais crítico está no Pantanal, mas o estado todo está em calamidade, a condição climática é idêntica no estado todo de Mato Grosso, então nós estamos dividindo as forças pelo estado, inclusive contando com a colaboração de muitos produtores em todos os biomas do estado”, explicou Mauren.

Segundo a secretária, o que os produtores tem feito é o uso das aeronaves para combate do fogo em suas propriedades privadas, mas o governo quer contratar os aviões de maior porte para também auxiliar em áreas públicas. “A gente acaba fazendo a atuação de combate nos incêndios de grande porte. E orientamos os produtores. Vários pilotos agrícolas foram treinados pelo Corpo de Bombeiros pra fazerem esse primeiro atendimento, quando a gente ainda não tem incêndio de grande porte”, explicou.

Mauren explica que é necessário ter cautela no combate ao fogo, e que ele só deve ser feito por pessoas treinadas. No último dia 6 de setembro, o zootecnista Luciano da Silva Beijo, de 36 anos, teve quase 100% do corpo queimado durante um incêndio em uma fazenda às margens da BR-070, nas proximidades da Serra do Facão em Cáceres (220 quilômetros de Cuiabá). O homem tentava conter as chamas, quando foi surpreendido pelo vento, caiu enquanto tentava correr e acabou atingido. Ele morreu três dias depois.

“A gente tem que usar e trabalhar essas possibilidades com muita parcimônia, pra não colocar essas pessoas também em risco”, afirmou a secretária. Segundo ela, as labaredas chegam a ter 25 metros de altura.

A contratação das aeronaves agrícolas deve acontecer em breve. Enquanto isso, Mauren afirma que a Marinha Nacional tem ajudado. “Nós pedimos mais esse reforço. A defesa civil tem conversado, mas o fato é que nós temos o país que tem vários estados com cenário delicado”, lamenta.
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