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Previsão aponta chance de pancadas de chuva entre terça e quinta em Cuiabá

Da Redação - Wesley Santiago

As previsões do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), que é ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que Cuiabá ter chuva novamente entre terça e quinta-feira (22 a 24). Em todos estes dias, a probabilidade é de 80%, o que deve trazer um refresco ainda maior ao calor e também às queimadas que atingem a região.

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Nesta terça-feira, há grande chance de pancadas de chuva em Cuiabá. As temperaturas devem variar entre 20ºC e 35ºC. Já na quarta-feira, também há 80% de probabilidade de precipitação, com os termômetros devendo ficar entre 27ºC e 35ºC.
 
Na quinta-feira, a previsão também mostra que há 80% de chance de chuva durante o dia, com as temperaturas variando entre 25ºC e 36ºC. É possível notar também que as máximas diminuíram bastante, já que nos últimos tempos ficavam costumeiramente acima dos 40ºC.

Na região do Pantanal, em Poconé, que sofre há dias com a devastação das queimadas, a previsão aponta 80% de probabilidade de chuva nesta terça-feira e també na quarta-feira.
 
Essa primeira chuva é o prénúncio da melhora na umidade do ar que os institutos de meteorologia já começaram a apontar na última semana. Neste  ano, com as intensas queimadas que consumiram 20% do Pantanal, as chuvas foram ainda mais esperadas.
 
O bloqueio atmosférico que estava impedindo a ocorrência de chuva há várias semanas sobre o Centro-Oeste começou a ser rompido neste sábado (19) pela passagem de uma grande frente fria continental, que irá avançar sobre o Brasil. Na região do Pantanal de Mato Grosso, o céu concentra nuvens e pode chover de forma isolada.
 
A Primavera começa oficialmente na terça-feira, dia 22 de setembro, às 10h31 pelo horário de Brasília.
 
Chuva negra
 
O grande número de focos de queimadas e o período de estiagem de aproximadamente 120 dias gerou um grande acumulo de fuligem na atmosfera. Em Cuiabá, as próximas chuvas podem ter a coloração escura. O fenômeno é conhecido por chuva negra e já aconteceu em 2019.
 
O professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e membro da Associação Brasileira de Climatologia (ABCLima), José Carlos Ugeda Júnior explica ao Olhar Direto que ao atravessar a atmosfera, a chuva faz um processo de lavagem e escorrega pela superfície com todo o volume de poluente que estava no ar.
 
“As primeiras chuvas vão carregar parte dessa poluição para superfície. O conceito se refere a uma chuva de baixa qualidade pelo excesso de poluentes que está na atmosfera”, afirma.
 
Questionado sobre os possíveis danos à saúde humana, o pesquisador diz que o período de estiagem é mais prejudicial do que as chuvas que virão. “É difícil afirmar que vai causar um dano direto. Pode ser que algumas pessoas mais sensíveis possam desenvolver algum tipo de alergia na pele. O dano principal é o que está acontecendo agora antes da chuva, esse excesso de fumaça, não só na região de Cuiabá”.
 
Na última terça-feira (15), o serviço de monitoramento suíço IQAir apontava a concentração de 108,3 microgramas por metro cúbico (µg / m³) do poluente PM2.5 (material particulado) na Capital. O material particulado é resultado de diversos processos, entre eles a agricultura e incêndios.
 
“Por conta do excesso de fumaça e particulado sólido, seriam necessárias umas cinco chuvas de média intensidade, acima de 10 milímetros para poder ter uma limpeza mais efetiva da atmosfera”, explica Ugeda.
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