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Secretário classifica documento de Medeiros à PGE como ‘oportunismo político’ de quem ‘quer se promover’

da Redação - Isabela Mercuri

O secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo negou, mais uma vez, que possa haver interrupção dos atendimentos a pacientes com Covid-19 no Hospital Regional de Rondonópolis, e classificou a ação do deputado federal José Medeiros (PODE), de acionar a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para impedir esta decisão como “oportunismo político daqueles que querem se promover em cima de um assunto que é técnico”. Medeiros é, também, candidato ao Senado na eleição suplementar.

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“Não há interrupção de serviço no hospital regional. Se mistura muito campanha política, nesse momento, com decisão técnica. Nós tomamos decisões técnicas. O Governo do Estado se posiciona oficialmente que não vai haver a redução de nenhum leito de UTI Covid na região de Rondonópolis, hoje assistida por dez leitos no hospital regional, vinte no hospital Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, dez em Lucas do Rio Verde e dez em Primavera. Então nós estamos falando em 50 leitos de UTI na região”, explicou Gilberto.

Segundo o secretário, o número de leitos disponíveis não será alterado. “O que nós temos nesse momento lá é fazer um estudo, tal como estão fazendo aqui [em Cuiabá]. Como liberar o Hospital Regional para fazer cirurgias eletivas? Temos que tirar a Covid de lá. Para isso nós estamos buscando soluções para transferir dez leitos de UTI para outro hospital para que se possa fazer isso. Então não há decisão tomada de reduzir nada, é apenas um oportunismo político daqueles que querem se promover em cima de um assunto que é técnico e nós vamos tomar decisões técnicas como o governo tem tomado”, completou.

Os deputados federais José Medeiros (PODE) e Nelson Barbudo (PSL) acionaram a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), enviando um documento com um pedido para impedir a decisão do governo do Estado de Mato Grosso de encerrar os atendimentos a pacientes com Covid-19 no Hospital Regional de Rondonópolis (HRR). A direção do hospital oficializou que a unidade de saúde passaria a não receber novos pacientes na última segunda-feira (19).

Baixada cuiabana

A fala do secretário foi dada durante entrevista coletiva, após uma reunião com a secretária Municipal de Saúde de Cuiabá Ozenira Félix, exatamente sobre a possibilidade de reabertura de alguns hospitais da baixada cuiabana para as cirurgias eletivas. Este foi um primeiro encontro sobre os gestores, e ainda não há datas para que as eletivas voltem a acontecer.

“Para isso não basta uma deliberação do Secretário de Estado de Saúde ou da Secretária de Saúde do Município de Cuiabá, doutora Ozenira. Nós temos instancias de pactuação, existe um comitê municipal em Cuiabá que trata do assunto Covid, existe um Comitê Estadual de Enfrentamento da Covid e os anseios dessa equipe técnica desse estudo tem que ser levados para apreciação para que a gente tenha uma decisão colegiada”, explicou Gilberto.

Segundo o secretário, atualmente há mais de duzentos leitos exclusivos para Covid-19 na baixada cuiabana, e apenas 80 em utilização. A intenção é que os hospitais Santa Casa e São Benedito sejam desbloqueados para as eletivas, mas isso só pode acontecer após reformulação do plano de contingência, que seria enviado ao Ministério da Saúde.

“Existe um acúmulo de decisões judiciais para as cirurgias eletivas, que estão onerando demasiadamente o estado e o município, existem enfermidades que já estão aguardando há quase um ano por uma cirurgia eletiva, e aí daqui a pouco não vai morrer de Covid, vai morrer por outra enfermidade”, afirmou Gilberto.

Para a secretária Municipal de Saúde, Ozenira Félix, a decisão deve ser tomada com cautela. “O que foi feito pela equipe técnica da secretaria foi fazer o levantamento dos dados, nesse momento ainda há um certo receio em relação à Covid, então é necessário que haja muita cautela. O prefeito sempre coloca para a gente a necessidade de ter cautela, de uma avaliação, estamos vendo na Europa a retomada e isso é muito preocupante, isso vai ser realmente discutido, as equipes técnicas vão mostrar os números, vocês sabem que para tirar é fácil, mas para voltar depois tem todo um processo que é bem mais longo. Então nós vamos tratar com muita cautela”, disse.

Sinop

A situação de Sinop, segundo Gilberto Figueiredo, foi diferente, e aconteceu por rescisão contratual. “Estamos em fase de recontratação desses serviços, muito provavelmente serão absorvidos pelo próprio hospital. Não que nós tivéssemos reduzido número de UTIs porque queríamos reduzir, é porque os serviços que estavam sendo prestados não atendiam aos requisitos que nós queríamos, portanto, o primeiro contrato nós rescindimos”, explicou.
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